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Casagrande vai rever orçamento e cortar gastos no início de 2019

Casagrande vai rever orçamento e cortar gastos no início de 2019

Governador eleito diz que vai acompanhar as ações do governo federal para balizar as suas realizações no Espírito Santo

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 20:39

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O governador eleito Renato Casagrande (PSB) discursa no 13º Encontro de Lideranças. (Carlos Alberto Silva)

Em um discurso apontando para a "cautela" e a "responsabilidade" com as contas do governo, o futuro governador Renato Casagrande (PSB) pretende começar o ano de 2019 com o pé no freio, evitando aumentar as contas do Estado principalmente no que se refere a gastos com pessoal e custeio da máquina pública. Durante sua palestra no 13º Encontro de Lideranças, que se encerra neste sábado (24), em Pedra Azul, o socialista afirmou que iniciará sua gestão contingenciando, ou seja, baixando decretos para cortar gastos e cargos comissionados provenientes de indicações políticas.

A medida é semelhante à adotada pelo atual governador Paulo Hartung (sem partido) ao assumir o comando do Palácio Anchieta em 2015, quando criou o Comitê de Controle e Redução dos Gastos Públicos e assinou um decreto de contingenciamento de gastos de 20%. Casagrande também não garante que terá condições de aumentar a remuneração dos servidores. Por outro lado, afirma que o Estado terá condições de investir em desenvolvimento, especialmente em infraestrutura e inovação.

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O caminho é a utilização responsável de recursos próprios, buscar financiamentos e parcerias com os municípios

Renato Casagrande, governador eleito
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Visando tornar a máquina pública mais eficiente, o novo governador pretende apresentar em janeiro à Assembleia Legislativa uma nova proposta de orçamento para o próximo ano, diferente da que foi apresentada pela atual gestão. Mas ele já adianta: o objetivo é reduzir as expectativas.

"Eu não posso garantir que terei condições de dar aumento a servidores no ano que vem. Eu não posso garantir que o Estado fará um R$ 1,5 bilhão de investimento se este governo fará em seu último ano R$ 800 milhões. Claro que existe uma expectativa, mas eu vou ter que ter responsabilidade", pontuou.

Assim como já vinha fazendo, o governador deu ênfase às críticas já feitas à atual gestão de Paulo Hartung, em relação ao aumento de gastos no final do mandato. Em determinado momento, colocou em dúvida os números informados.

"Eu preciso saber qual é a herança da atual gestão. Só saberei quando eu chegar lá. A realidade final de governo impõe um monitoramento mais detalhado." E continuou: "Precisa ter uma programação. Vocês (referindo-se à plateia) não assumem compromissos para frente se não estiver combinado com quem assumirá no lugar de vocês".

GOVERNO FEDERAL

Para além de prever uma boa relação institucional com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Casagrande avalia possibilidades de crescimento econômico para o próximo ano, mas pondera que ficará de olho no desempenho do futuro governo federal para balizar suas ações em nível estadual. "Nós estamos animados, mas o governo federal também tem que dar respostas. Ele tem que fazer as reformas", enfatizou o governador, referindo-se a questões como a reforma da Previdência.

Para Casagrande o cenário econômico atual não permitirá grandes repasses de dinheiro por parte da União aos Estados. Por isso, o que ele espera do governo federal é que ele dê mais autonomia para os Estados. A gestão do complexo portuário é um exemplo disso.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

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Ao mesmo tempo em que defende um plano estratégico para garantir o desenvolvimento do Estado, Casagrande afirma estar elaborando um plano de contingenciamento focado na melhoria dos serviços prestados à população, como Saúde, Educação e Segurança. Sobre esta última pasta, ele afirma que seu foco será na redução dos homicídios e na prisão de homicidas, bem como nas melhorias em relação ao sistema prisional, que hoje opera em 60% acima de sua capacidade, segundo Casagrande.

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