Em um discurso apontando para a "cautela" e a "responsabilidade" com as contas do governo, o futuro governador Renato Casagrande (PSB) pretende começar o ano de 2019 com o pé no freio, evitando aumentar as contas do Estado principalmente no que se refere a gastos com pessoal e custeio da máquina pública. Durante sua palestra no 13º Encontro de Lideranças, que se encerra neste sábado (24), em Pedra Azul, o socialista afirmou que iniciará sua gestão contingenciando, ou seja, baixando decretos para cortar gastos e cargos comissionados provenientes de indicações políticas.
A medida é semelhante à adotada pelo atual governador Paulo Hartung (sem partido) ao assumir o comando do Palácio Anchieta em 2015, quando criou o Comitê de Controle e Redução dos Gastos Públicos e assinou um decreto de contingenciamento de gastos de 20%. Casagrande também não garante que terá condições de aumentar a remuneração dos servidores. Por outro lado, afirma que o Estado terá condições de investir em desenvolvimento, especialmente em infraestrutura e inovação.
Visando tornar a máquina pública mais eficiente, o novo governador pretende apresentar em janeiro à Assembleia Legislativa uma nova proposta de orçamento para o próximo ano, diferente da que foi apresentada pela atual gestão. Mas ele já adianta: o objetivo é reduzir as expectativas.
"Eu não posso garantir que terei condições de dar aumento a servidores no ano que vem. Eu não posso garantir que o Estado fará um R$ 1,5 bilhão de investimento se este governo fará em seu último ano R$ 800 milhões. Claro que existe uma expectativa, mas eu vou ter que ter responsabilidade", pontuou.
Assim como já vinha fazendo, o governador deu ênfase às críticas já feitas à atual gestão de Paulo Hartung, em relação ao aumento de gastos no final do mandato. Em determinado momento, colocou em dúvida os números informados.
"Eu preciso saber qual é a herança da atual gestão. Só saberei quando eu chegar lá. A realidade final de governo impõe um monitoramento mais detalhado." E continuou: "Precisa ter uma programação. Vocês (referindo-se à plateia) não assumem compromissos para frente se não estiver combinado com quem assumirá no lugar de vocês".
GOVERNO FEDERAL
Para além de prever uma boa relação institucional com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Casagrande avalia possibilidades de crescimento econômico para o próximo ano, mas pondera que ficará de olho no desempenho do futuro governo federal para balizar suas ações em nível estadual. "Nós estamos animados, mas o governo federal também tem que dar respostas. Ele tem que fazer as reformas", enfatizou o governador, referindo-se a questões como a reforma da Previdência.
Para Casagrande o cenário econômico atual não permitirá grandes repasses de dinheiro por parte da União aos Estados. Por isso, o que ele espera do governo federal é que ele dê mais autonomia para os Estados. A gestão do complexo portuário é um exemplo disso.
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Ao mesmo tempo em que defende um plano estratégico para garantir o desenvolvimento do Estado, Casagrande afirma estar elaborando um plano de contingenciamento focado na melhoria dos serviços prestados à população, como Saúde, Educação e Segurança. Sobre esta última pasta, ele afirma que seu foco será na redução dos homicídios e na prisão de homicidas, bem como nas melhorias em relação ao sistema prisional, que hoje opera em 60% acima de sua capacidade, segundo Casagrande.
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