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Contra assaltos, Casagrande quer retomar Patrulha da Comunidade

Contra assaltos, Casagrande quer retomar Patrulha da Comunidade

Segundo o governador eleito, a ideia é retomar o programa para inibir crimes contra o patrimônio. "Isso está fora de controle", diz. Outra prioridade é "retirar homicidas de circulação"

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 16:45

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Viatura da PMES. (Marcelo Prest)

O governador eleito Renato Casagrande (PSB) pretende retomar o Patrulha da Comunidade, programa de policiamento ostensivo em bairros com maiores índices de criminalidade, implementado por ele durante o governo passado (2011-2014).

O objetivo central, de acordo com Casagrande, será combater os crimes contra o patrimônio (assaltos, roubos, furtos etc.), os quais, segundo ele, têm crescido de maneira "descontrolada" no Espírito Santo. 

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Vamos retomar o programa Patrulha da Comunidade, uma política de enfrentamento aos crimes contra o patrimônio, que estão sem controle no Estado do Espírito Santo. Isso não se resolve num passe de mágica, mas está descontrolado

Renato Casagrande, governador eleito
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A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira (22) durante o anúncio dos nomes do futuro comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Moacir Barreto, do novo chefe da Polícia Civil, o delegado José Darcy Arruda, e do próximo chefe da Casa Militar, o coronel Jocarly Aguiar.

De acordo com Casagrande, é preciso identificar as quadrilhas que praticam esse tipo de delito para reduzir os índices de crimes contra o patrimônio. Até porque, como frisa ele, autores de crimes dessa natureza costumam seguir certos padrões e têm alto índice de reincidência na prática delitiva.

EFETIVO

Apesar de ter garantido a retomada do Patrulha da Comunidade, Casagrande não precisou quando exatamente pretende fazê-lo, mas adiantou que dificilmente isso ocorrerá já em 2019, por não saber se haverá disponibilidade de efetivo policial suficiente.

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Vamos voltar com o Patrulha da Comunidade. Não sei se no ano que vem. Não sei se teremos efetivo para isso

Renato Casagrande, governador eleito
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No primeiro ano de governo, Casagrande não fará nenhum novo concurso público.

HOMICÍDIOS

Além de atacar o crescimento dos crimes contra o patrimônio, Casagrande afirmou que a "prioridade um" de sua próxima administração será continuar reduzindo o índice de homicídios no Estado. 

Em 2009, o Espírito Santo atingiu o pico de 58,3 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Desde então, à parte 2017 – ano atípico por causa da greve da PMES –, o Estado registrou um índice gradativamente menor, ano após ano. Hoje, a projeção é fechar 2018 com menos da metade daquele índice: 28,1 homicídios por 100 mil habitantes.

"Essa é a prioridade número um. O foco do Estado Presente é a retirada de circulação de homicidas da sociedade. O homicida precisa saber que, no Espírito Santo, ele corre riscos grandes se cometer um homicídio", destacou o governador eleito, em referência à retomada de outro programa implantado por ele de 2011 a 2014, considerado o carro-chefe de seu plano de governo para a segurança pública. 

MULHERES E JOVENS NEGROS

Casagrande também assinalou que pretende desenvolver políticas específicas de combate à violência contra mulheres e jovens negros. 

O Espírito Santo é um dos Estados do país com os maiores índices de feminicídio (crimes de ódio praticados por homens contra mulheres em razão, por exemplo, do machismo e do sentimento de posse sobre a companheira).

Quanto aos jovens negros (de 15 a 29 anos), aparecem nas estatísticas como principais vítimas da violência no Espírito Santo. Nesse quesito, o Estado reflete uma realidade comum a todo o Brasil.

FEMINICÍDIOS 

Durante o governo anterior de Casagrande (2011-2014), o Espírito Santo era o segundo Estado que mais matava mulheres. A pesquisa "Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres", referente a 2013 e divulgada em novembro de 2016, mostrou que o Estado registrava 9,3 mortes a cada 100 mil mulheres.

EXTERMÍNIO TEM COR

Realizada pelo Fórum Nacional de Segurança Pública e divulgada pela Unesco, a pesquisa "Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017" revela que, no Espírito Santo, um jovem negro tem cinco vezes mais chances de ser assassinado do que um jovem branco (na mesma faixa etária). "Jovens" são as pessoas de 15 a 29 anos, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.

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No Espírito Santo, em 2015, 25,5 jovens brancos por grupo de 100 mil habitantes morreram por homicídio. No mesmo ano, foram 139,5 jovens negros assassinados a cada 100 mil habitantes. É uma proporção de 5,5 jovens negros para cada jovem branco assassinado para cada 100 mil habitantes.

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