> >
Eleições no ES: 22 candidatos saíram das urnas com dívida milionária

Eleições no ES: 22 candidatos saíram das urnas com dívida milionária

Eles gastaram R$ 2 milhões a mais do que arrecadaram, segundo dados informados à Justiça Eleitoral

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 03:11

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Fachada da Assembleia Legislativa do ES: 10 candidatos a deputado gastaram mais do que arrecadaram. (Marcelo Prest )

Vinte e dois candidatos ao pleito de 2018 no Espírito Santo fecharam suas contas eleitorais no vermelho, o que significa que gastaram mais do que foram capazes de arrecadar. De acordo com os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o valor excedente ultrapassa os R$ 2 milhões. (Veja lista abaixo)

A senadora Rose de Freitas (Podemos), que concorreu ao cargo de governador, acumula a dívida mais alta, no valor de R$ 723.273,93. Já o ex-concorrente Carlos Manato (PSL) ficou devendo R$ 340.285,74. Juntos, portanto, os dois acumulam quase metade do valor total da dívida no Estado.

Entre os oito candidatos a deputado federal que gastaram mais do que tinham em caixa, o valor total do débito passa de R$ 850 mil. O reeleito Sérgio Vidigal (PDT) foi o que mais ultrapassou sua cota, ficando com um déficit de mais R$ 657 mil. Outro eleito que também acumulou débitos foi Josias da Vitória (PPS), que deve R$ 125.380,55.

Outros 10 concorrentes às vagas de deputado estadual estão na mesma situação, porém com uma soma menor: ao todo, cerca de R$ 158 mil ainda precisam ser quitados. Apesar da dívida, apenas um deles conseguiu uma vaga na Assembleia Legislativa: trata-se de Vandinho Leite (PSDB), que declarou dever cerca de R$ 18,5 mil.

O senador eleito Fabiano Contarato (Rede) ultrapassou o orçamento em mais de R$ 47 mil. Já seu ex-adversário, Subtenente Assis (PSL), deve R$ 7.360.

Tribunal Regional Eleitoral: 22 candidatos no Espírito Santo gastaram mais do que arrecadaram. (Gustavo Louzada/Arquivo)

Procurados pela reportagem, Rose de Freitas, Manato, Contarato e Sérgio Vidigal afirmaram que seus respectivos partidos políticos assumirão o compromisso de pagar os excedentes aos fornecedores de campanha.

A assunção da dívida - como é chamada a transferência do débito do candidato para sua sigla - é permitida pela Justiça Eleitoral, desde que haja decisão do órgão nacional de direção partidária.

Rose destacou que esta é a primeira vez que recorre à transferência, já que a contribuição partidária esperada para a campanha entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões não chegou.

No cenário nacional, o Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral identificou 25.064 indícios de irregularidades na prestação de contas de candidatos a deputado, senador, governador e presidente que participaram das eleições deste ano.

O principal tipo de irregularidade que pode ter ocorrido é a doação por empresas que, desde uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015, estão proibidas de fazer contribuições às campanhas. Os eleitos que tenham de fato se beneficiado dessas doações podem ter até mesmo seu mandado cassado.

Há indícios, por exemplos, de que as empresas tenham usado seus funcionários para fazer as doações. Pessoas físicas estão autorizadas a doar recursos para as campanhas, desde que respeitado um determinado limite. Os técnicos do Núcleo de Inteligência também identificaram doações de beneficiários do Bolsa-Família em valor incompatível com sua renda, e doadores mortos.

BOLSONARO

Um relatório da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou 17 indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República.

Este vídeo pode te interessar

A Asepa identificou falhas como indícios de recebimento indireto de doações de fontes vedadas, ausência de detalhamento na contratação de empresas e comprovação de serviços efetuados e até mesmo as informações divergentes entre os dados de doadores constantes na prestação de contas e aquelas que constam na Receita Federal. A área técnica do TSE pediu que seja concedido um prazo de 72 horas para que Bolsonaro se explique.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais