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'Figurinhas repetidas' e delegados: entenda as escolhas de Casagrande

"Figurinhas repetidas" e delegados: entenda as escolhas de Casagrande

Nomes já anunciados foram escolhas pessoais do governador eleito. Pleitos de partidos serão atendidos a partir da semana que vem

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 21:28

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Anúncio de parte dos futuros secretários do governo Casagrande. (Raphael Marques)

O governador eleito Renato Casagrande (PSB) e seus auxiliares mais próximos elencam, sem pestanejar, os principais critérios para a definição dos 18 nomes de primeiro e segundo escalões já anunciados para compor a equipe da futura gestão: escolha pessoal do socialista, mesclando capacidade técnica e de interlocução política. O núcleo duro, até agora, conta com algumas "figurinhas repetidas" da última gestão de Casagrande, ainda que não necessariamente nos mesmos espaços de antes: Tyago Hoffmann (Governo), Davi Diniz (Casa Civil), Flávia Mignoni (Comunicação), Fábio Damasceno (Transportes e Obras Públicas), Álvaro Duboc (Planejamento) e Valésia Perozini (chefia de gabinete). E passa por filiados ao próprio PSB e ao PPS, sigla considerada "coirmã" pelos socialistas no Estado.

"Ele nomeou alguns cargos técnicos, com credibilidade, mas houve uma certa dúvida porque surgiu a informação de que um desses técnicos é filiado", avalia o cientista político Fernando Pignaton, referindo-se ao futuro secretário da Fazenda, Rogelio Pegoretti. Inicialmente, a filiação dele ao PSB foi omitida, mas depois revelada pela coluna Vitor Vogas.

A composição da equipe pode ficar mais para sopa de letrinhas quando o socialista retornar, a partir da semana que vem, de uma viagem em família. Os pleitos da ampla aliança formada durante a campanha - 18 legendas, no total - estão aquecidos e, nos próximos anúncios, devem ser levados em consideração.

"Mesmo que filiadas a partidos, é preciso ter pessoas com perfil técnico e competentes para superar as experiências dele próprio (Casagrande) e do governo atual", complementa Pignaton.

"Capacidade técnica e interlocução política. Os critérios para a escolha (dos próximos nomes) serão os mesmos. A única coisa que muda é que ele ouvirá mais os partidos", pontua o futuro secretário de governo e integrante da equipe de transição de Casagrande, Tyago Hoffmann.

Um aliado do governador eleito garante que, desta vez, integrantes do governo Hartung não estarão no primeiro escalão da futura gestão. "No segundo escalão, talvez, pontualmente", avalia. Aliás, outro aliado de Casagrande, o deputado estadual Freitas (PSB), que não foi reeleito, considera que "o maior erro" de Casagrande no passado (2011-2014) for ter "aceitado fazer uma gestão compartilhada", abraçando membros da equipe de seu antecessor, também daquela vez, Paulo Hartung. Na eleição de 2010 Casagrande e Hartung eram aliados e durante boa parte do governo pareceram permanecer assim. Em 2014 o rompimento se tornou público, com críticas de pessoas próximas a Hartung à gestão fiscal do governo do Estado. Naquele ano, o então emedebista derrotou o socialista. 

Freitas é, agora, cotado ou para "subir" à Assembleia como suplente no ano que vem, caso algum eleito da coligação (Bruno Lamas, Sergio Majeski ou Euclério Sampaio) seja alçado ao governo - o que Casagrande não demonstrou interesse em fazer - ou ocupar um cargo no segundo escalão.

FERRAÇO

Filiado ao PSDB do vice-governador César Colnago, o senador Ricardo Ferraço, derrotado nas urnas em outubro, até poderia integrar o time casagrandista. "Renato foi muito cordial com ele, mandou ele escolher o cargo que ele quisesse", conta um aliado. Mas o tucano deve voar para outras paragens, possivelmente para o setor privado.

FEDERAL

Na área da segurança pública, vieram nomes de fora do Estado, como o ex-secretário da mesma pasta no Rio de Janeiro Roberto Sá e o futuro titular da Secretaria de Justiça, Luiz Carlos Cruz. Os dois, aliás, são policiais federais e, somados a Duboc, formam o que o próprio Casagrande batizou, brincando, de bancada da Polícia Federal.

Na Assembleia Legislativa, alguns parlamentares, ainda que da base aliada de Casagrande, não digeriram bem as escolhas. "Os deputados reclamam que nem conhecem o pessoal, que o governador não os convidou para apresentá-los", diz um parlamentar. Para o bem ou para o mal, deputados gostam de ter interlocução com titulares de pastas.

Da Vitória (PPS), hoje deputado estadual e eleito deputado federal, aliadíssimo a Casagrande, minimiza: "Não podem ser escolhas ligadas a partidos e lideranças políticas. São áreas da extrema confiança do governo do Estado. O governador acertou na escolha. É preciso ter cautela e paciência. É natural a ansiedade. Isso vai se dirimir com o tempo".

O QUE ESTÁ POR VIR

Enquanto isso, restam as especulações sobre quem vai para onde quando o governador retornar de viagem e anunciar os nomes. Fortes na bolsa de apostas estão o ex-secretário-geral da ONG Transparência Capixaba e policial rodoviário federal Edmar Camata (PSB) e o deputado federal reeleito Paulo Foletto, do mesmo partido. Camata já foi confirmado pelo próprio Casagrande como alguém que deve fazer parte da equipe. Só falta saber o lugar exato que ele ocuparia. A área à qual o policial rodoviário, que disputou a Câmara Federal em outubro é mais afeito é a de Controle e Transparência.

Foletto já foi cotado para a Saúde, mas Casagrande já demonstrou-se pouco animado a alocá-lo na pasta. A aposta da vez é que ele vá para a Agricultura.

O ex-secretário da Saúde Tadeu Marino deve voltar a ocupar um posto na gestão socialista, mas também não será na Saúde, conforme já afirmou, também, o próprio governador eleito.

O deputado federal não reeleito Marcus Vicente (PP) também é cotado para ocupar uma pasta. E o PDT de Sérgio Vidigal também pode fazer indicações. O PSD de Neucimar Fraga deve manter conversas com o socialista quando ele voltar de viagem.

OS JÁ ANUNCIADOS

Coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça

Polícia Militar

José Darcy Arruda

Polícia Civil

Coronel Jocarly Martins de Aguiar Junior

Casa Militar

Lenise Loureiro (PPS)

Secretaria de Recursos Humanos (Seger)

Valésia Perozini (PSB)

Chefe de gabinete

Roberto Sá

Secretária de Segurança

Vitor De Angelo

Secretaria de Educação

Tyago Hoffmann (PSB)

Secretaria de Governo

Álvaro Duboc

Secretaria de Planejamento

Luiz Carlos Cruz

Secretaria de Justiça (Sejus)

Rogelio Pegoretti (PSB)

Secretaria da Fazenda 

Davi Diniz  (PPS)

Casa Civil

Fábio Damasceno  (PSB)

Secretaria de Transportes e Obras Públicas

Flavia Mignoni

Secretaria de Comunicação

Nara Borgo

Secretaria de Direitos Humanos

Rodrigo de Paula 

Procuradoria-Geral do Estado

Luiz Paulo Vellozo Lucas (PPS)

Instituto Jones dos Santos Neves

Luiz Carlos Maretto (PSB)

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