O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou no início da tarde desta terça-feira (20) o nome do atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, para comandar a PF a partir de janeiro.
"Ele tem a missão de fortalecer a Polícia Federal para que ela possa direcionar suas investigações, principalmente com foco em corrupção e crime organizado. Esse é um grande desafio, são dois problemas sérios que nós temos hoje em dia, mas ele é uma pessoa plenamente capacitada para realizar essa tarefa", afirmou Moro.
Valeixo era o principal cotado para assumir a chefia da PF por sua proximidade com o ex-juiz federal no âmbito da Lava Jato em Curitiba.
ATUAL CHEFE
Moro ainda ressaltou que conversou com o atual diretor-geral da corporação Rogério Galloro e disse que ele será convidado a ajudar no Ministério da Justiça em sua gestão, sem detalhar qual deverá ser o cargo. O nome de Galloro chegou a figurar na lista para o comando da PF. Mas, nos últimos dias, cresceram os rumores de que o preferido de Moro seria Valeixo.
"Conversei com Galloro, agradeci a ele pelos serviços prestados e pretendo convidá-lo a ajudar em alguma função no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele não sai por demérito nenhum, mas convidei o Maurício Valeixo que foi superintendente da PF no Paraná durante parte da Lava Jato."
A delegada Érika Marena, uma das coordenadoras da primeira fase da Operação Lava Jato em Curitiba, vai chefiar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça. Érika atuou até 2016 na Lava Jato, tendo sugerido o nome da operação, e também na polêmica Operação Ouvidos Moucos, que levou ao suicídio do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Luiz Carlos Cancellier.
"Sempre afirmei que seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato, porque essas pessoas já provaram tanto a sua integridade quanto a sua eficiência", afirmou o futuro ministro.
CURRÍCULO
Ex-diretor de Combate ao Crime Organizado, Valeixo está, pela segunda vez, à frente da Superintendência da PF no Paraná. O delegado também já foi diretor de Inteligência e adido policial nos Estados Unidos. Discreto, o delegado sabe mandar sem fazer barulho. Não por acaso, passou ileso pela polêmica sobre " o solta-não-solta" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano, embora, na condição de superintendente, fosse centro da queda-de-braço entre os magistrados que atuaram no caso, entre eles o próprio Moro.
Valeixo também conta com a simpatia de boa parte dos delegados que atuam na Lava Jato. A expectativa desses policiais é que, com Moro na Justiça e Valeixo na diretoria-geral, a máquina de operações de combate à corrupção da PF voltaria a funcionar em plena carga.
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