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Prefeitos pedem que Hartung flexibilize regras de verbas de convênios

Prefeitos pedem que Hartung flexibilize regras de verbas de convênios

Os repasses aos municípios na reta final de governo têm sido alvo de críticas pelo próximo governador, Renato Casagrande

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 00:01

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Guerino Zanon é presidente da Amunes. (Carlos Alberto Silva)

Os prefeitos dos municípios do Espírito Santo pediram, em nome da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), que o governo do Estado altere o decreto estadual que regulamenta a liberação de recursos, por convênio, aos municípios, e que dispõe que, em regra, sejam feitos de forma parcelada. Na manhã desta segunda-feira, 25 prefeitos estiveram presentes em uma reunião da Amunes, e por unanimidade, decidiram encaminhar um ofício ao governador Paulo Hartung (MDB) com a solicitação.

A decisão por alterar as normas cabe exclusivamente ao governador, e basta ser publicada no Diário Oficial para começar a valer. A polêmica dos convênios com municípios começou após críticas da equipe de transição do governador eleito, Renato Casagrande (PSB), de que a atual gestão estaria liberando os recursos em ritmo muito maior nesta reta final do governo, e em parcela única, o que é prejudicial à fiscalização sobre a aplicação dos recursos.

O grupo chegou a apresentar uma denúncia ao Tribunal de Contas do Estado (TCES), solicitando uma medida cautelar para que interrompam esses repasses, e elencando que após as eleições já haviam sido liberados R$ 30 milhões para 13 convênios. Os repasses são feitos pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), para obras de pavimentação, drenagem e construção de praças, por exemplo. 

O presidente da Amunes, Guerino Zanon (MDB), desde o princípio saiu em defesa dos pagamentos em parcela única, alegando não haver nenhum tipo de irregularidade. Pelas regras atuais do decreto, "os recursos a serem desembolsados pelo concedente somente serão liberados de uma só vez, quando assim o recomendarem razões técnicas e de economicidade".

Os municípios pedem que o governador elimine este trecho do decreto, e que altere o texto, autorizando explicitamente o repasse em parcela única em casos de obras e serviços com cronograma físico de execução com prazo máximo de 12 meses; aquisição de bens, equipamentos e medicamentos para a saúde, e aquisição de bens e insumos em geral.

Ao anunciar a decisão da Amunes, Guerino também subiu o tom contra Casagrande. "Se o governo tem o dinheiro em caixa, por que não repassar? Não se pode julgar prematuramente a responsabilidade de qualquer gestor sobre a execução de convênio. Os prefeitos consideraram um absurdo esta denúncia ao TCES, ainda mais por um governador que já administrou o Estado, e em seu último ano de governo, transferiu 15% dos convênios e deixou os outros 85% para o próximo governador pagar. Faltou bom senso", afirmou.

Segundo ele, nas obras com prazos de menos de um ano, é comum ocorrer paralisações por conta de atraso dos repasses financeiros, em razão dos trâmites burocráticos. Com essa medida, se propõe diminuir o prazo de execução e aumentar o índice de conclusão de obras.

"São aplicadas as mesmas regras de acompanhamento para convênios de parcela única e para os parcelados. O pagamento só é realizado pelo município após a inclusão da meta no Sistema Integrado de Gestão Administrativa (Siga), e temos que comprovar capacidade técnica e gerencial", disse.

TRANSIÇÃO

A Amunes declarou ainda não ter havido nenhum diálogo com a equipe do governador eleito. "No momento que nos chama de irresponsáveis, não temos que ter muito diálogo. Esperamos apenas que mudem o tom e nos respeitem um pouco", disse Zanon.

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O coordenador da equipe de transição, Álvaro Duboc, também disse não ter recebido nenhuma solicitação de agenda com prefeitos sobre o assunto. A equipe ainda aguarda a decisão do Tribunal de Contas, cujo prazo de resposta já venceu desde o último dia 30. O parecer será dado pelo conselheiro Sérgio Borges.

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