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Time de transição de Bolsonaro tem sete militares e seis economistas

Time de transição de Bolsonaro tem sete militares e seis economistas

Gabinete de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, começou a tomar forma ontem com a nomeação de 27 indicados para a equipe

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 11:03

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Equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro. (Divulgação)

O gabinete de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, começou a tomar forma nesta segunda-feira com a nomeação de 27 indicados, todos homens, para a equipe que atuará sob a coordenação do ministro extraordinário Onyx Lorenzoni. Com 50 cargos disponíveis, o presidente terá uma equipe técnica composta por juristas, economistas, militares e assessores parlamentares.

O principal desafio do grupo de transição será estabelecer um canal de diálogo com os quadros técnicos do governo do presidente Michel Temer para analisar os dados da máquina federal. Em um rápido pronunciamento à imprensa nesta segunda, na frente do Centro Cultural Banco do Brasil, a sede da transição em Brasília, Lorenzoni anunciou que o gabinete trabalhará dividido em dez grupos temáticos.

A primeira semana após a eleição foi marcada por idas e vindas em pautas legislativas, desafio da equipe de Bolsonaro, que também será discutido pelos técnicos na transição.

Com salários de R$ 2,5 mil a R$ 16,5 mil, a equipe de transição nomeada tem sete militares — dois do Exército, três da Aeronáutica e dois bombeiros militares — e, pelo menos, seis economistas, além de assessores e conselheiros de Lorenzoni.

SÓCIO DE AGÊNCIA NO TIME

O ministro Onyx e os futuros nomes do primeiro escalão Augusto Heleno (Defesa), Paulo Guedes (Economia) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) também estão na equipe. Ainda faz parte do grupo Marcos Aurélio Carvalho, um dos proprietários da AM4, agência que cuidou da estratégia de comunicação da campanha de Bolsonaro. Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, empresários bancaram disparo em massa de mensagens no WhatsApp durante a campanha. A AM4, que nega irregularidades, era a única agência oficial.

Alvo de polêmicas por causa da possível fusão de ministérios, as áreas da “Agricultura, Meio Ambiente e Produção Sustentável” serão tratadas em um só grupo. Parte dos auxiliares de Bolsonaro ficará com a área de “Desenvolvimento Regional”. Outra vai atuar na “Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação”. O presidente terá ainda um grupo cuidando da “Modernização do Estado”.

“Economia e Comércio Exterior” estarão com outra equipe, assim como “Educação, Cultura e Esporte”. Entregues por Bolsonaro ao futuro ministro Sergio Moro, as áreas de “Justiça, Segurança e Combate à Corrupção” também terão um foro especial de discussões. A área da “Defesa” terá o general Augusto Heleno no comando. As áreas de “Infraestrutura, Saúde e Assistência Social” estarão em outro grupo.

— Temos os indicados pelo grupo de transição e outros entrarão como cedência, disponibilização ou colaboradores voluntárias. Foi a forma que achamos para dar consistência e amplitude aos trabalhos — afirmou Onyx.

Logo após ser nomeada, a equipe de transição do governo já começou a trabalhar no CCBB. A partir de agora, os técnicos receberão os dados que não são públicos como informações estratégicas das empresas estatais e detalhes das contas públicas tanto da União como dos estados, entre elas o acordo de recuperação firmado com o Rio de Janeiro.

No grupo de economia, os coordenadores devem se reunir com o futuro ministro Paulo Gudes, na quarta-feira, para começar a delinear as propostas. Uma delas é a redução das desonerações tributárias concedidas nos últimos anos. A avaliação é que muitas só causaram prejuízo.

RECUOS NAS PAUTAS

Em sua primeira visita a Brasília nesta terça-feira, Bolsonaro participará de uma sessão solene em comemoração aos 30 anos da Constituição. Será o seu primeiro encontro com os colegas de Parlamento. A agenda, porém, não deve reduzir as dificuldades para adiantar sua agenda legislativa, marcada por recuos da equipe do eleito.

Nesta segunda-feira, o deputado Rogério Peninha (MDB-SC), autor do projeto que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento, disse que o presidente eleito decidiu deixar a votação do texto para o ano que vem. Segundo Peninha, Bolsonaro afirmou que é melhor fazer a discussão sem pressa e com a participação de Sergio Moro:

— Ele me ligou e disse que agora está meio tumultuado, e com ele presidente fica mais fácil. Ele sugeriu que deixássemos para o ano que vem para votar com mais calma.

O texto já estava pronto para ser votado em plenário e tinha até relator escalado. Mas, segundo Peninha, Bolsonaro recuou e avaliou que não é preciso ansiedade para colocar o texto em votação.

O próprio presidente reconheceu as dificuldades para fazer avançar ainda neste ano a de reforma da Previdência. Seu filho e deputado, Eduardo, afirmou ao SBT no domingo não ver clima para votar o tema este ano.

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