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TRE aprova as contas de campanha de Lauriete com ressalvas

TRE aprova as contas de campanha de Lauriete com ressalvas

Deputada federal eleita transferiu recursos de campanha para 12 candidaturas masculinas. Só para Magno Malta, foram R$ 100 mil

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 23:57

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Lauriete fez campanha casada com Magno Malta e outros candidatos. (Bernardo Coutinho)

Por 4 votos a 3, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu pela aprovação com ressalvas da prestação de contas eleitoral da deputada federal eleita Lauriete (PR). O motivo da votação apertada foi por R$ 205,2 mil que foram arrecadados pela deputada e repassados para candidaturas masculinas. Desse valor, R$ 108 mil eram do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, e R$ 97,2 mil do Fundo Partidário.

Lauriete destinou recursos para 12 candidatos do PR, PRB e PSL, em valores de R$ 2,2 mil a R$ 15 mil, e fez ainda uma transferência para a campanha do marido, o senador Magno Malta (PR), que foi candidato à reeleição, e recebeu R$ 100 mil. Ao todo, Lauriete arrecadou R$ 2,3 milhões em sua campanha.

Essas falhas foram apresentadas pela Coordenadoria de Controle Interno (Cocin), e por conta delas, o Ministério Público pediu a desaprovação das contas e a devolução do valor ao Tesouro, por uso indevido da cota para mulheres. Na votação iniciada na última sexta-feira, havia três votos pela desaprovação, e outros três pela aprovação com ressalvas. Na sessão desta terça-feira (18), o desembargador Ronaldo Gonçalves desempatou, e votou pela aprovação com ressalvas.

FUNDAMENTAÇÃO

Nas eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que os partidos políticos deveriam reservar pelo menos 30% dos recursos para financiar candidaturas femininas. Pela regra, ficou permitida a utilização desses recursos em despesas comuns com candidatos homens, nas chamadas "campanhas casadas", desde que comprove-se que houve benefício para a campanha da mulher.

A defesa de Lauriete argumentou que esta norma foi criada justamente para evitar a existência de candidaturas femininas "laranjas", que burlam a reserva para a cota de gênero, o que não se aplicaria, já que Lauriete foi eleita. Afirmou ainda que os recursos trouxeram benefícios para a campanha da cantora gospel, ajudando a promovê-la em outras partes do Estado, por meio de santinhos e outros materiais gráficos e audiovisuais.

No voto de desempate, o desembargador Ronaldo considerou que houve proveito dos recursos para a campanha de Lauriete.

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"Não verifico o intento de desvirtuar o incentivo à participação das mulheres na políticas. Apesar de ela realizar doações diretas a campanhas masculinas, beneficiou-se de despesas que reverteram-se a seu proveito. Promoveu união de esforços coletivos, e em planilha comprova que ela teve expressiva votação em locais onde eram as bases eleitorais dos candidatos beneficiados com as doações financeiras", avaliou.

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