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Capixabas no governo Bolsonaro gastaram R$ 248 mil após a eleição

Capixabas no governo Bolsonaro gastaram R$ 248 mil após a eleição

Manato e Lelo usaram, cada um, cerca de R$ 124 mil nos últimos três meses de 2018

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 01:59

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Lelo Coimbra e Carlos Manato não se reelegeram nas últimas eleições. (Alex Ferreira/Câmara dos Deputados/ Gazeta Online)

Dois deputados federais capixabas que não conseguiram vitória nas urnas e foram absorvidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) gastaram R$ 248 mil, juntos, após a eleição. As informações foram publicadas nesta quinta-feira pela "Folha de S. Paulo", com base nos dados disponíveis no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.

Carlos Manato (PSL) e Lelo Coimbra (MDB) usaram, cada, cerca de R$ 124 mil da cota parlamentar a que têm direito em outubro, novembro e dezembro de 2018.

Após o término do mandato, Manato será o secretário especial para a Câmara Federal, da Casa Civil. Lelo será o responsável pela Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, no Ministério da Cidadania.

A reportagem da "Folha" também mostrou que a empresa de divulgação das atividades parlamentares contratada por Manato foi a mesma que prestou serviço na campanha para ele.

Com a cota parlamentar, ele gastou R$ 91,5 mil para a confecção de 100 mil exemplares de jornais que divulgam a atividade dele. Esse tipo de gasto com o recurso da Câmara é legal. O material tem oito páginas e chama-se "Prestando Contas 2018".

Principal aliado de Bolsonaro no Espírito Santo, Manato contou ao jornal que os exemplares foram distribuídos em várias partes do Estado.

"Eu sempre fiz, de três em três ou quatro em quatro meses um informativo. Se você olhar aí nos gastos da cota, comida, zero, hospedagem, zero, gasolina, quase nada”, disse Manato à Folha.

Procurado pelo Gazeta Online, disse que a despesa é necessária para prestar contas à sociedade. E adiantou que em janeiro vai lançar outro informativo. "Todo ano eu gasto. Eu economizei ao longo do ano não pagando hotel, não pagando jantar, gastando pouquíssima gasolina. Preciso prestar contas. Em 2014 foi a mesma coisa. Sou transparente", disse. A atual legislatura acaba no dia 31 de janeiro.

Ele negou relação entre o serviço da empresa na eleição e na Câmara. "Não teve relação, trabalho com ela já há alguns anos, mesmo quando não era a gráfica que eu trabalhava na campanha. Ela sempre me deu os melhores preços", disse à "Folha".

O deputado apresentou à reportagem uma cópia digital do informativo e a transferência bancária que fez para a empresa.

Lelo Coimbra também declarou que o gasto foi necessário para prestar contas. "Trata-se de uma prestação de contas dos mandatos exercidos. Nos 12 anos como deputado federal estabeleci intensa relação com o conjunto dos municípios do meu estado", afirmou à "Folha". Nesta quinta, o Gazeta Online não o localizou.

Lelo tentou a reeleição. Manato, o governo.

MÉDIA

Os gastos de Lelo e Manato cresceram no último mês do ano. De janeiro a maio, o emedebista gastou por mês, em média, R$ 27 mil de cota parlamentar. Em dezembro, gastou R$ 105,4 mil.

Já o aliado de Bolsonaro manteve média de R$ 32,5 mil, de janeiro a novembro. Só em dezembro, gastou R$ 91,5 mil, com a gráfica.

O deputado Givaldo Vieira (PCdoB), outro não reeleito, também pisou no acelerador da cota parlamentar em dezembro. Nos 11 primeiros meses, gastou, em média, R$ 31,8 mil. No último mês do ano, R$ 69,4 mil. Ele será aproveitado pelo governo Casagrande, no Detran.

A empresa que ele contratou também prestou serviços a ele na campanha eleitoral à reeleição.

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Em nota, Givaldo informa que "optou por divulgar as ações do mandato por meio de revista impressa anual de prestação de contas, com pagamento estabelecido para o mês de dezembro, o que justifica o valor utilizado da cota ser maior que a média do ano, como ocorreu em todo o período do mandato. A contratação da gráfica referida para prestação de serviços está de acordo com a legalidade". (Vinícius Valfré)

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