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Delação premiada faz médico ficar preso no Quartel da PM

Delação premiada faz médico ficar preso no Quartel da PM

Alvo da Lama Cirúrgica aparece na lista de ocupantes da cela especial do quartel que a polícia apresentou à Justiça para informar a falta de espaço para receber Luiz Durão.

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 23:41

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Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar: cinco presos em Maruípe, entre eles um coronel e um médico. (Gazeta Online)

O médico Rodrigo Souza Soares, um dos alvos da Operação Lama Cirúrgica, está preso na chamada cela especial do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, com outros quatro presos - há um quinto com problemas de saúde e internado em hospital. A transferência de Soares do Complexo de Viana para o presídio especial, no final de 2018, foi uma das cláusulas do acordo de colaboração premiada do ortopedista, preso em fevereiro do ano passado.

A informação foi obtida junto a pessoas com acesso aos trâmites da prisão. O advogado do médico, Ludgero Liberato, confirmou que a transferência foi negociada no acordo de colaboração e ponderou que a condição foi necessária para garantir a segurança do médico.

Apesar de ser uma prisão diferenciada e ter ocupação abaixo da capacidade máxima, o Conselho Nacional de Justiça, em relatório de novembro de 2018, classificou como "péssimas" as condições do quartel, em Maruípe.

Além de Rodrigo Souza Soares, estão na cela especial da PM o coronel da reserva Walter Ferreira, os advogados Carlos Augusto Mendes Pereira, Atílio Vieira Bustilhos Junior e Sílvio Pelissari Bastos. O espaço tem 28 metros quadrados e conta com banheiro próprio. O também advogado Alexandre Cesar Xavier Amaral só não divide a mesma cela porque está internado no Hospital Dório Silva.

A relação de ocupantes foi informada pela Corregedoria da PM à Justiça estadual no dia 6 de janeiro, no ofício por meio do qual a instituição alegava não haver cela específica para receber o deputado estadual Luiz Durão (PDT), preso sob acusação de estupro.

No ofício encaminhado ao desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho, a polícia disse que a cela especial é coletiva. Não seria possível garantir a integridade física do deputado, "em razão da natureza do crime sexual ao qual fora imputado".

A Justiça, então, autorizou que o deputado fosse encaminhado para o Quartel do Corpo de Bombeiros. O parlamentar é advogado e, por essa razão, tem direito a ficar preso em sala de Estado Maior. O quartel do PM tem uma instalação para esse fim.

OPERAÇÃO

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A Lama Cirúrgica foi uma operação deflagrada em janeiro de 2018 pela Polícia Civil para combater esquema de reúso de produtos hospitalares.

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