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Em Davos, Europa quer saber se Brasil ainda quer acordo com bloco

Em Davos, Europa quer saber se Brasil ainda quer acordo com bloco

Pós Battisti, Bolsonaro também vai se reunir com governo italiano, além de presidente da Suíça e chefe de governo do Japão

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 22:37

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Fraga Araújo, está em Davos acompanhando o presidente da República. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O governo brasileiro vai retomar o diálogo comercial com a Europa. Nesta semana, em Davos, o chanceler Ernesto Araújo vai aproveitar a presença da Comissária de Comércio da UE, Cecilia Malstrom, para debater a agenda bilateral. Na pauta, porém, não estará apenas a ideia de expandir o comércio, mas também o potencial de crise aberto diante da decisão de Bruxelas de impor sobretaxas ao aço brasileiro.

O encontro vai ser realizado à pedido dos europeus, que querem conhecer o novo interlocutor brasileiro e, acima de tudo, saber se ainda existe interesse em um acordo entre Mercosul e UE.

Bruxelas não disfarçou a preocupação com a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições brasileiras e tentou acelerar a conclusão de um acordo entre Mercosul e UE antes do final do governo de Michel Temer. Mas o projeto fracassou, inclusive diante da resistência da França.

Ao Estado, diplomatas europeus não esconderam que estão “curiosos” para tentar entender qual será o posicionamento do Brasil nas negociações, principalmente diante dos sinais de flexibilização do Mercosul.

Já no início de 2019, Bruxelas ainda decidiu ampliar as barreiras aos produtos siderúrgicos de todo o mundo, em medidas que acabaram atingindo o Brasil. O governo, agora, quer negociar para tentar retirar pelo menos parte das medidas que afetam suas exportações.

Além da UE, a agenda brasileira em Davos prevê encontros entre o presidente Jair Bolsonaro e parceiros comerciais. Pela primeira vez desde a prisão Cesare Battisti na Bolívia, Bolsonaro e o governo da Itália vão se reunir. O encontro vai ocorrer na quarta-feira (23) às margens do Fórum.

Fontes em Roma confirmaram ao Estado que os italianos querem abrir um “novo capítulo” na relação bilateral. Bolsonaro estará com o primeiro-ministro, Giuseppe Conte que, no dia da prisão de Battisti, telefonou para negociar com o brasileiro uma deportação direta do condenado, sem passar pelo Brasil. A imprensa italiana chegou a tratar a presença de Bolsonaro em Davos como de um “superstar”.

Outro encontro bilateral de Bolsonaro no dia 23 será com o presidente da Suíça, Ueli Maurer, que lidera o partido de direita no país alpino. Berna já indicou que quer aproveitar a chegada do novo presidente brasileiro para falar em uma estratégia para ampliar o comércio e investimentos. Maurer é do Partido do Povo Suíço que, há poucos anos, criou uma polêmica internacional ao fazer uma publicidade sugerindo que as ovelhas brancas chutassem para fora da Suíça as ovelhas negras.

O encontro tem sido alvo de debates, já que partidos políticos de centro e esquerda querem garantias de que Maurer também tratará de de temas como meio ambiente, democracia e direitos humanos com Bolsonaro.

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O presidente brasileiro também tem um encontro fechado com o primeiro-ministro do Japão, Shiunzu Abe.

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