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Ernesto Araújo se refere a Maduro como 'ex-presidente' da Venezuela

Ernesto Araújo se refere a Maduro como 'ex-presidente' da Venezuela

Maduro tomou posse para o seu segundo mandato em 10 de janeiro, mas a sua legitimidade foi questionada pelos países que compõem o Grupo de Lima, entre eles o Brasil

Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 22:45

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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Fraga Araújo, está em Davos acompanhando o presidente da República. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se referiu a Nicolás Maduro nesta terça-feira (22) como "ex-presidente" da Venezuela, em mais um gesto da diplomacia brasileira contra o ditador venezuelano.

Maduro tomou posse para o seu segundo mandato em 10 de janeiro, mas a sua legitimidade foi questionada pelos países que compõem o Grupo de Lima, entre eles o Brasil. Os chanceleres desses países assinaram uma declaração, no início de janeiro, na qual pediram que Maduro não assumisse o mandato, sob a justificativa de que o pleito presidencial realizado em maio do ano passado não foi "livre, justo e transparente".

Araújo citou o ditador venezuelano como "ex-presidente" em uma publicação no Twitter na manhã desta terça. O chanceler brasileiro usou o termo ao comentar uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela no exílio, uma corte constituída pela Assembleia Nacional, órgão legislativo controlado pela oposição. Tanto a Assembleia quanto o tribunal no exílio não são reconhecidos pelo chavismo e tiveram seus poderes esvaziados por aliados de Maduro.

No documento citado por Araújo, o presidente do tribunal em exílio, Miguel Ángel Martín, pede que os venezuelanos e as forças armadas do país não reconheçam a autoridade de Maduro e considerem a Assembleia Nacional como único poder legitimamente constituído na Venezuela.

"Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela apela ao povo e às forças armadas venezuelanas para que não mais reconheçam a autoridade do ex-presidente Nicolás Maduro e se subordinem à autoridade legítima exercida pela Assembleia Nacional", disse Araújo na rede social.

O ministro de Relações Exteriores está em Davos, na Suíça, onde acompanha a comitiva do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial.

Na semana passada, ele foi o anfitrião de uma reunião no palácio do Itamaraty, em Brasília, com alguns dos principais líderes da oposição a Maduro que vivem no exílio. Além de Martín, participaram do encontro organizado por Araújo o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o deputado Julio Borges e o dirigente do partido Voluntad Popular Carlos Vecchio.

A organização de um evento com dissidentes do regime chavista e os termos utilizados pela chancelaria brasileira após o encontro da semana passada representaram o mais duro gesto do Brasil contra Maduro até o momento.

No comunicado, o Itamaraty diz que "o sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado", que "está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo".

O documento do Itamaraty também sinaliza que o Brasil pretende reconhecer Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como mandatário legítimo da Venezuela caso o órgão legislativo o declare presidente para comandar uma transição democrática.

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O reconhecimento de Guaidó como presidente é um dos principais pleitos das forças oposicionistas venezuelanas que estiveram em Brasília na semana passada.

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