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Ex-presidente do Banestes deu prejuízo ao BRB antes de liderar o banco

Ex-presidente do Banestes deu prejuízo ao BRB antes de liderar o banco

Vasco Cunha Gonçalves presidiu o Banestes por apenas um dia. Ele é investigado por transações no Banco de Brasília, que também já comandou

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 23:34

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Vasco Cunha Gonçalves enquanto ainda era presidente do BRB. (Gabriel Jabur/Agência Brasília)

O ex-presidente do Banestes Vasco Cunha Gonçalves deu prejuízo ao BRB (Banco de Brasília) antes mesmo de presidir a instituição controlada pelo governo do Distrito Federal. Ele comandou o BRB de 2015 até o último dia 22 de janeiro. Ainda em 2004 Gonçalves estava à frente do fundo de pensão dos funcionários do banco, o Regius. Por conta de um investimento de alto risco, o fundo sofreu perdas de cerca de R$ 5 milhões.

O site Metrópoles registra que Vasco Gonçalves, juntamente com outros dirigentes do Regius, foi condenado pela Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC), do então Ministério da Previdência Social, com a exigência de que ele e os outros dois pagassem multa de R$ 20 mil. Gonçalves recorreu, sem sucesso, à Justiça Federal para anular a multa.

Ex-presidente do Banestes deu prejuízo ao BRB antes de liderar o banco

Os R$ 5,3 milhões foram investidos pelo BRB no Banco Santos, que sofreu intervenção do Banco Central e foi isso que ocasionou o prejuízo. Gonçalves e os demais alegaram à Justiça que não eram componentes do Comitê de Investimentos à época dos fatos. Mas um documento atesta a participação deles. 

O

Gazeta Online

acionou o BRB para saber por que, mesmo após a condenação por parte da CRPC, Vasco Gonçalves foi alçado à presidência do banco. A instituição respondeu apenas que "apoia e coopera integralmente com todos os órgãos competentes que conduzem as investigações. Lembra, ainda, que a operação corre em segredo de justiça. O BRB adotará todas as medidas judiciais cabíveis visando preservar o banco e suas empresas controladas".

A operação a que a nota se refere é a Circus Maximus, que levou Vasco Gonçalves à prisão. Mas a transação no Regius não está no radar dessa investigação, que restringe-se à atuação de uma organização criminosa no BRB a partir de 2014. Para o Ministério Público Federal do Distrito Federal, o então presidente do Banco de Brasília fazia parte do esquema de liberação de recursos para investimentos privados que poderiam render prejuízos ao BRB, mas que eram autorizados por meio de pagamento de propina. 

A Circus Maximus tampouco tem a ver com o Banestes, uma vez que Gonçalves presidiu o banco por apenas um dia. Ele foi preso preventivamente um dia após tomar posse. O Gazeta Online também questionou o governo do Espírito Santo sobre o motivo da escolha do presidente, mesmo após o prejuízo causado ao Regius. "O nome foi aprovado pelo Banco Central e todas as análises exigidas por eles. E qualquer dúvida é preciso questionar ao Banco Central que liberou o nome", respondeu o Palácio Anchieta.

O Banco Central, por sua vez, informou o seguinte: "O Banco Central não comenta situações específicas de instituição regulada". 

O MPF informou que Vasco Gonçalves segue preso no Complexo da Papuda, no Distrito Federal. 

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Um presidente interino foi aprovado pelo Conselho de Administração do Banestes horas após a prisão. Trata-se de Silvio Grillo, que já era diretor de Tecnologia do banco. Já Gonçalves renunciou ao posto no também mesmo dia da deflagração da Circus Maximus, na terça-feira (29). 

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