O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), foram empossados nos respectivos cargos na tarde desta terça-feira (1º). Apesar das profundas diferenças ideológicas, de trajetórias e de como ambos fazem política e se relacionam, os discursos deles tiveram pelo menos dois pontos em comum: a preocupação com o equilíbrio e com a qualidade dos gastos públicos e o interesse em melhorar a vida dos brasileiros e dos capixabas.
Na disputa eleitoral nacional, em meio a grandes tensões ideológicas no país, não se pode dizer que o debate econômico esteve no primeiro plano. Mas, após tomar posse, Bolsonaro deu destaque ao tema ao dizer que tem o desafio de enfrentar os efeitos da crise econômica e combater o desemprego.
No seu primeiro discurso no Congresso Nacional já como presidente, ele também havia mencionado a preocupação com a economia. Confiança no cumprimento de que o governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados.
Ele voltou ao tema em seu segundo discurso, no parlatório do Palácio do Planalto. Vamos propor e implementar as reformas necessárias. Vamos ampliar infraestruturas, desburocratizar, simplificar, tirar a desconfiança e o peso do governo sobre quem trabalha e quem produz.
Eleito com votos de mais de 57 milhões de brasileiros, o novo presidente não poupou suas tradicionais críticas à esquerda, ao socialismo e à ideologia de gênero. Bolsonaro também falou a todos os brasileiros. Vamos, dia e noite, perseguir o objetivo de tornar o nosso país um lugar próspero e seguro para os nossos cidadãos e uma das maiores nações do planeta, frisou.
PÚBLICO
Segundo o Gabinete de Segurança Institucional, 115 mil pessoas acompanharam a posse de Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios. Já a Casa Militar do governo do Espírito Santo calculou em cerca de 5 mil pessoas o público total no Palácio Anchieta, incluindo cerca de 850 pessoas no Salão São Tiago e o público que ocupou as demais dependências da sede do governo e as proximidades da Praça João Clímaco.
Sem o ex-governador Paulo Hartung (sem partido) e bastante contagiada pela eleição nacional, a disputa estadual também não ficou concentrada em debates sobre modelos econômicos. Nos dois primeiros discursos após empossado no cargo, o governador Renato Casagrande repetiu as palavras cautela e responsabilidade ao mencionar cuidados que tomará ao autorizar gastos.
FISCAL E SOCIAL
Casagrande voltou a reconhecer a organização fiscal do Estado, herança deixada por Paulo Hartung. Destacou que o pior da tempestade já passou, mas que as águas ainda estão agitadas e que não há um porto seguro no horizonte.
Mas a preocupação fiscal serviu também para Casagrande lançar críticas ao ex-governador. Para o socialista, o governo passado fez programas e políticas públicas sucumbirem a uma visão exclusivamente fiscalista.
O socialista declarou ter compromisso inarredável com o equilíbrio fiscal. Por outro lado, disse que a responsabilidade que carrega é muito maior do que equilibrar receitas e gastos.
A responsabilidade que recebo com essa faixa vai muito além do equilíbrio entre receitas e despesas. Assumi com os capixabas o compromisso de trabalhar sem descanso para melhorar a vida dos capixabas, em todas as regiões, ressaltou.
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