> >
Para Conselho de Psicologia, fala de ministra legitima intolerância

Para Conselho de Psicologia, fala de ministra legitima intolerância

A presidente do Conselho Regional de Psicologia afirma que o discurso da ministra Damares Alves se contrapõe aos avanços dos estudos de gênero.

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 01:41

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Damares Alves, em sua posse como ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. (Wilson Dias | Agência Brasil)

A nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, causou polêmica ao declarar em vídeo que circula nas redes sociais que "meninas devem usar rosa e meninos devem usar azul". Na avaliação da presidente do Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo, Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro, a fala não só estigmatiza as identidades de gênero como também contribui para a legitimação de discursos de intolerância. Leia a análise completa:

"A fala da ministra demonstra que a concepção do Ministério vai de encontro a tudo que tem sido discutido em relação aos estudos de gênero e diversidade. Para o Conselho de Psicologia, essa discussão tem que ser feita pensando no direito à diversidade das expressões de gênero. Quando ela dá uma declaração dizendo que meninos devem usar azul e meninas rosa ela faz uma contraposição entre heteronormatividade e homonormatividade que não existe nos estudos de gênero. Esse discurso defende que a heteronormatividade é a única expressão normal e natural, fundamentada na ideia de que o sexo biológico deve determinar o gênero desde o nascimento, sem reconhecer as questões culturais e ideológicas envolvidas nesses processos. Eu avalio que a visão da ministra estigmatiza as identidades de gênero. Quando ela faz isso em um espaço de representatividade tão importante - uma pasta que está ligada aos direitos humanos, aos direitos das mulheres e até então aos direitos LGBT - ela faz com que pessoas em outros espaços institucionais se sintam legitimadas para manifestar esse mesmo discurso e isso é o que mais preocupa. É um discurso que legitima a intolerância."

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais