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Polêmicas e promessas cumpridas marcam 1º mês do governo Casagrande

Polêmicas e promessas cumpridas marcam 1º mês do governo Casagrande

Janeiro teve anistia a PMs, corte de gastos, suspensão de convênios com prefeituras e nomeações ruidosas

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 03:15

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Casagrande passa a tropa em revista durante troca de comando na PM: anistia para policiais militares. (Carlos Alberto Silva)

O mês de janeiro chega ao fim nesta quinta-feira (31) e quem acompanha o noticiário pode ter a impressão de que durou muito mais que 31 dias. No governo Renato Casagrande (PSB), o período foi movimentado tanto por atos praticados pela própria gestão quanto por fatos alheios à vontade do Palácio Anchieta.

Logo no primeiro dia útil no mandato, Casagrande baixou decretos determinando corte de gastos e suspensão de repasses de convênios a municípios. Parte dos prefeitos reagiu e isso rendeu outros capítulos. A maioria dos chefes de Executivos municipais já devolveu recursos que haviam chegado e negocia a retomada das parcerias.

Outros episódios, alguns polêmicos, marcaram a gestão até aqui, como a anistia administrativa concedida – com o aval unânime da Assembleia Legislativa – aos policiais militares acusados de participação na greve de 2017. Era promessa de campanha de Casagrande.

O ex-prefeito de Muqui Frei Paulão (PSB) foi nomeado subsecretário de Aquicultura e Pesca, mas não chegou a tomar posse. Ele desistiu após o Gazeta Online e A Gazeta mostrarem que, por ter sido barrado na Lei da Ficha Limpa, não poderia, por força de uma lei estadual, ocupar cargo comissionado. Isso não estava combinado.

DURÃO

E um registro nas páginas policiais, ainda que não tivesse nada a ver com Casagrande e tampouco com o governo em si, acabou fazendo com que a administração tivesse que se ajustar. O deputado estadual Luiz Durão (PDT) – cujo mandato se encerra nesta quinta, já que não se reelegeu – foi preso em flagrante por estupro. Outro deputado, Marcelo Santos, também do PDT, já havia sido anunciado como futuro secretário de Esportes. Os planos tiveram que ser alterados porque Durão é o suplente da coligação que elegeu Marcelo.

Assim, se levasse um pedetista para o primeiro escalão, o governo daria, ainda que apenas por efeito colateral, uma cadeira na Assembleia para o outro. O Palácio já não estava disposto a seguir com a trajetória originalmente traçada e, por fim, Marcelo anunciou que não assumiria a vaga, permanecendo na Assembleia.

BANESTES

Mas a formação da equipe renderia ainda outros dissabores. Um dia após tomar posse, o então presidente do Banestes, Vasco Cunha Gonçalves, foi preso preventivamente na Operação Circus Maximus. Mais uma vez, os fatos narrados não tinham relação com o governo ou com o Banestes, e sim com o Banco de Brasília (BRB), que já foi comandado por Gonçalves. Foi Casagrande, no entanto, quem o escolheu para presidir o Banco do Estado do Espírito Santo. O socialista conheceu Vasco Gonçalves enquanto ele mesmo, então ex-governador, participava do Conselho de Administração do BRB.

Aliás, veio, ou voltou, do Distrito Federal outra nomeação polêmica no governo, a de Léo Carlos Cruz. Ex-presidente da Ceturb, ele atuou no governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) no DF e retornou ao Espírito Santo para ser gerente de transporte de passageiros, cargo sob o guarda-chuva da Secretaria de Transportes e Obras Públicas (Setop). Durante a passagem pelo Distrito Federal, no entanto, Cruz foi alvo da Operação Trickster, que apurou fraude na bilhetagem eletrônica. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa dele, que acabou exonerado por Rollemberg.

BARRAGEM

Também foi durante o primeiro mês de governo que Casagrande viu ruir mais uma barragem de rejeitos de minério em Minas Gerais. Desta vez, a lama não atingiu o Espírito Santo, que não deve, no entanto, escapar de reveses econômicos. O governo aqui também agiu, montando uma força-tarefa envolvendo órgãos ambientais para vistoriar barragens.

Por falar em força-tarefa, outra foi montada pelo Executivo estadual para elaborar soluções para o problema carcerário no Estado, problema esse que o próprio Casagrande classificou por mais de uma vez como “bomba-relógio”. Isso sem falar nos homicídios registrados no mês. Mas ao menos em janeiro houve menos mortes que o mesmo período do ano passado: 85 contra 115, até o dia 27.

RESUMO DO MÊS

2 de janeiro

Foram publicados decretos determinando a redução de gastos com custeio no governo e a suspensão de convênios firmados nos últimos três meses de 2018 com prefeituras.

4 de janeiro

Deputado Luiz Durão (PDT) foi preso por estupro após ser flagrado saindo de um motel com uma jovem de 17 anos.

11 de janeiro

Passagem do Transcol é reajustada para R$ 3,75.

14 de janeiro

A Assembleia aprovou o Orçamento 2019 enviado pelo Executivo. A peça é de R$ 17,7 bilhões, 2,7% menor do que a previsão do governo passado.

16 de janeiro

Deputados aprovaram o projeto de lei de Casagrande concedendo anistia administrativa para 2.600 PMs envolvidos na greve de fevereiro de 2017.

17 de janeiro

Frei Paulão (PSB) desiste de ser subsecretário estadual de Aquicultura e Pesca. Ele teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por sua atuação quando foi prefeito de Muqui e ainda está inelegível, sendo considerado ficha-suja.

29 de janeiro

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Novo presidente do Banestes, Vasco Cunha Gonçalves ficou só um dia no cargo. Ele foi preso pela PF, acusado de fraudes e de receber propina no Banco de Brasília.

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