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Rizk diz que encontrou caixa da OAB em baixa e Homero rebate a crítica

Rizk diz que encontrou caixa da OAB em baixa e Homero rebate a crítica

Novo presidente da OAB afirma que recursos disponíveis são inferiores ao necessário para cobrir as despesas. Segundo a gestão anterior, o volume de dinheiro é menor em janeiro

Publicado em 12 de janeiro de 2019 às 00:04

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José Carlos Rizk Filho é o presidente da OAB-ES. (Vitor Jubini)

O novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, diz que encontrou, como herança da gestão anterior, capitaneada por Homero Mafra, recursos em caixa em valor inferior ao necessário para cobrir as despesas da entidade no mês. São R$ 129 mil frente a um gasto estimado de R$ 800 mil, como registrou o colunista de A Gazeta, Leonel Ximenes. Rizk disse à reportagem que não vai deixar de pagar salários e nem descontinuar serviços essenciais, mas sim repactuar contratos como os de aluguel e o firmado com uma operadora de planos de saúde.

Ele também solicitou que a OAB nacional faça uma antecipação de crédito, de R$ 600 mil, à OAB-ES. "Se não tiver esse crédito não vou ter para a folha (de pagamento)", afirma. Questionado sobre essa hipótese, ele conta que seria uma opção pegar um empréstimo com a Caixa de Assistência da própria OAB-ES. O presidente quer fazer até uma auditoria para averiguar o motivo do caixa baixo, o que, para ele, é "inadmissível". A OAB-ES tem 154 funcionários em todo o Estado, incluindo estagiários. Rizk assumiu a Ordem no dia 1º de janeiro. 

Homero, no entanto, rebate o atual presidente. Ele disse à reportagem que é normal que o mês de janeiro seja de caixa baixo. "Na transição de 2015/2016 recebi, de mim mesmo, caixa baixo também. Com gestão resolvemos. Eu já deixei caixa para mim mesmo de dezembro para janeiro menor do que esse (R$ 129 mil). A gente faz um adiantamento ou empréstimo com a Caixa de Assistência e em fevereiro a arrecadação vai lá em cima", afirmou. "Ele fica dizendo que quebraram a Ordem. Desce do palanque! Vai gerir. Se ele não fizer nada sobra para ele R$ 1 milhão para investir este ano."

Homero Mafra, ex-presidente da OAB-ES. (Gazeta Online)

A guerra de números continua. Rizk diz que, nas transições de gestão de Homero para o próprio Homero (ele teve três mandatos à frente da OAB-ES), os números eram mais generosos. "De 2015 para 2016 deixaram em caixa R$ 1,6 milhão. De 2012 para 2013, R$ 1,5 milhão. Mas em momento algum disse que a Ordem está quebrada. Quebrada não está e não estará porque não vou deixá-la quebrar. Falei em fragilidade das contas", complementou o presidente.

Ex-secretário-geral da entidade e candidato nas últimas eleições da OAB-ES com apoio de Homero, Ricardo Brum diz que a arrecadação da OAB é mais significativa entre os meses de fevereiro e novembro, quando é paga, às vezes em cota única, a anuidade por parte dos advogados. Mas em janeiro também há alguma arrecadação. "Em janeiro de 2018, a Ordem recebeu R$ 1.051.848, 00", exemplificou.

"O caixa estava baixo (quando Rizk assumiu)? Estava, mas precisa gerir a Ordem. É preciso que a administração faça o trabalho dela, a Ordem não trabalha sempre com caixa folgado, não", apontou Brum.

"E não precisa de empréstimo. Faz uma antecipação de receita e 20 dias depois, que é quando entra o dinheiro, você faz a operação. Eles sabiam desde a primeira reunião da transição que haveria uma questão de fluxo de caixa no primeiro mês. A Ordem precisa seguir. Não está certa essa exposição que eles estão fazendo. A instituição é a maior prejudicada, fica pro público a percepção de que a Ordem está com problema financeiro, o que não está. É preciso olhar pra frente", pontuou, ainda, Brum.

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"Minha intenção com o levantamento desses números não é a de administrar com o olho no retrovisor, mas a de dar a máxima transparência à situação encontrada. Os advogados merecem ter conhecimento. Isso, entretanto, não vai nos impedir de colocar nossas propostas em prática. Estamos trabalhando intensamente para resolver essa precariedade financeira", finalizou Rizk.

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