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Acusados no mesmo esquema, um ministro sai e o outro fica

Acusados no mesmo esquema, um ministro sai e o outro fica

Nesta terça-feira (19), o governo anunciou a exoneração do ministro da Secretaria-geral de governo, Gustavo Bebianno, cujo nome está envolvido em um esquema de corrupção do PSL. No entanto, o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antonio está envolvido no mesmo escândalo e permanece à frente do cargo.

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 21:07

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Gustavo Bebianno acabou demitido, mas colega de Esplanada acusado do mesmo esquema ficou no cargo. (José Cruz/Agência Brasil )

Ambos envolvidos no mesmo escândalo de corrupção, sob a suspeita de patrocinarem um esquema de candidaturas laranjas no PSL (partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro), o agora ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, tomam agora rumos diferentes: enquanto Bebianno tornou-se o centro da crise política e foi demitido de seu cargo nesta terça-feira (19), o correligionário segue à frente de seu ministério sem nenhum aceno do governo de que sua gestão esteja ameaçada.

A suspeita de que candidaturas falsas do PSL tenham sido abastecidas com verbas públicas foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo". Os primeiros casos revelados envolvem justamente a ação de Marcelo, que era o presidente do partido em Minas Gerais e, portanto, tinha o poder de decidir quais candidaturas seriam lançadas.

Segundo a reportagem, o atual ministro do Turismo está por trás de quatro candidaturas falsas, que juntas receberam R$ 279 mil. Desse total, R$ 85 mil foram destinados a empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores de Marcelo. As candidaturas, no entanto, receberam ao todo 2 mil votos.

Já Gustavo Bebianno, que foi presidente nacional do PSL no ano passado e atuou fortemente na campanha de Bolsonaro, teve o nome relacionado a um caso em Pernambuco. Lá, Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, virou candidata de última hora para preencher a cota de mulheres na disputa e recebeu R$ 400 mil do fundo partidário três dias antes da eleição, sendo que ao final recebeu 274 votos.

A candidatura teria sido patrocinada por Luciano Bivar (PSL-PE), recém-eleito 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, ele nega e afirma que a decisão do repasse partiu de Bebianno.

A acusação que recaiu sobre o colo do ex-ministro instalou uma crise política no Palácio do Planalto, agravada, inclusive pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que utilizou o Twitter para acusar Bebianno de ter mentido sobre ter falado com o presidente dias antes de sua demissão, negando assim a turbulência política causada pelas denúncias das candidaturas laranja. A acusação foi endossada por Bolsonaro por meio das redes sociais. As divergências entre o então ministro e a família do presidente ficaram evidentes.

Áudios divulgados nesta terça-feira (19), no entanto, comprovam a versão do ex-ministro, de que três conversas foram feitas via o aplicativo WhatsApp. Antes disso, Bebianno também chegou a ir a público para dizer que havia se “arrependido” de ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro.

Ao anunciar oficialmente a exoneração de Bebianno, o porta voz do governo, general Otávio Rêgo Barros, disse que a decisão de Bolsonaro foi de “foro íntimo”. Por outro lado, os mesmos problemas que levaram à queda de Bebianno parecem não afetar a queda do outro ministro. Rêgo Barros negou que haja alguma decisão do governo de exonerar Marcelo Álvaro Antonio. “Não cabe avançar qualquer suposição nesse caso”, completou. 

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