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Disputa por vaga no Tribunal de Contas do ES divide deputados

Disputa por vaga no Tribunal de Contas do ES divide deputados

Governador entra em campo para emplacar o presidente do PSB, Luiz Carlos Ciciliotti; O deputado Marcelo Santos se mexe no plenário da Assembleia

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 14:12

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Luiz Carlos Ciciliotti preside o PSB estadual. Marcelo Santos, do PDT, é da base do governo Casagrande . (FACEBOOK/PSB ES | ELLEN CAMPANHARO/ALES)

Seguem a todo vapor as articulações de bastidores para a escolha do próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCES). Pessoalmente e por meio de interlocutores, o deputado estadual Marcelo Santos (PDT) e o presidente do PSB, Luiz Carlos Ciciliotti, têm buscado apoio dos parlamentares. Caberá à Assembleia escolher o substituto de Valci Ferreira, conselheiro afastado da função há mais de uma década por decisão da Justiça e prestes a se aposentar.

A batalha silenciosa que é travada dividiu os deputados. “O pau está quebrando”, resumiu um deles. Há aqueles que querem prestigiar o bom convívio com o colega de plenário. Inclusive, circula uma lista em apoio a Marcelo, que trabalhou para agradar reeleitos e novatos na definição das comissões da Casa. Deputados estimam que o documento tenha ao menos nove assinaturas.

Mas há aqueles que deixaram a assinatura em outra lista, na de apoio a Ciciliotti. Entre esses, as razões para a definição são variadas. Sob anonimato, um fala em receio de “ficar mal” com o governo, outro diz preferir Ciciliotti a Marcelo, e um terceiro aponta “pressão forte” do Executivo a favor do candidato preferido.

BANCADA

Além da divisão evidente no plenário, a escolha do novo conselheiro deve rachar até o PSL, que até então movimentava-se em bloco. O deputado Alexandre Quintino (PSL) disse estar “propenso” a votar em Ciciliotti e que “a bancada não vai votar em bloco”, apesar de o presidente estadual da sigla, Carlos Manato, ter dito recentemente que o partido depositaria seus quatro votos contra Marcelo

Na avaliação de Iriny Lopes (PT), a iminência de abertura da cobiçada vaga no TCES demandaria um debate maior com a sociedade sobre como preenchê-la. A deputada, que destacou ter “muitos amigos no PSB”, confirmou ter sido procurada por Marcelo e por interlocutores do governo. “Seria muito interessante para o Espírito Santo se pudessem chegar a um acordo”, frisou a parlamentar, que asseverou ainda não ter tomado sua decisão por um ou outro nome.

“Todos os dois lados já pediram votos. Ainda não tomei minha decisão. Está cedo”, frisou Danilo Bahiense (PSL), sem revelar sua preferência.

CASAGRANDE

A atuação pessoal do governador para emplacar o nome do correligionário está posta. O deputado Renzo Vasconcelos (PP) contou ter sido abordado por Renato Casagrande na última sexta-feira. “O governo tem pedido (apoio) para o Ciciliotti publicamente. O governador esteve comigo na sexta-feira, pessoalmente, e me pediu esse voto de confiança. Vou votar junto com o governo. Já conversei com o Marcelo”, declarou.

Também de partido com membro no primeiro escalão, Marcos Garcia (PV) é outro que está convencido a votar em Ciciliotti.

Entre os deputados, a expectativa é de que o plenário seja chamado a escolher o novo conselheiro dentro de 20 ou 30 dias.

ENTENDA O CASO

Valci Ferreira

Está afastado do TCES desde 2007, por decisão do Superior Tribunal de Justiça. Como, até hoje, o processo não transitou em julgado, ele não perdeu o cargo e segue recebendo salários.

Era Gratz

Valci, ex-deputado estadual, foi condenado por lavagem de dinheiro e peculato, por atos relativos ao período entre 1997 e 2001.

Prisão

Em outubro de 2017, Valci teve a prisão decretada. Ficou foragido por mais de três meses. Permaneceu oito meses na cadeia, até ganhar, aos 72 anos, direito à prisão domiciliar.

STF

Perto de ver o processo transitar em julgado, Valci teve embargos de declaração negados pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal no último dia 4. No dia 7, foi publicada a certidão de julgamento da sessão.

Cobiçado

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O salário de um conselheiro, que só é obrigado a deixar a função aos 75 anos, é de R$ 35,4 mil.

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