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'Vamos pacificar', diz Mourão sobre atrito dos Bolsonaros com Bebianno

"Vamos pacificar", diz Mourão sobre atrito dos Bolsonaros com Bebianno

General ficou incomodado pelo tratamento dado por Bolsonaro a Bebianno, um dos aliados mais próximos durante a campanha

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 22:34

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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu nesta quinta-feira (14) a pacificação da crise gerada por um desmentido público do presidente Jair Bolsonaro e de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), do ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral).

"Vamos pacificar isso", afirmou Mourão à Folha de S.Paulo ao ser questionado sobre a crise.

Os generais ficaram incomodados pelo tratamento dado por Bolsonaro a Bebianno, um de seus aliados mais próximos durante a campanha. Eles consideram a gestão uma deslealdade do presidente e uma intromissão excessiva de um de seus filhos no governo. 

Na quarta-feira (13), dia em que o presidente voltou a Brasília após passar 17 dias internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Carlos usou as redes sociais para desmentir uma fala de Bebianno. A publicação foi replicada pelo presidente que, mais tarde, disse em entrevista à TV Record que o chefe da Secretaria-Geral havia mentido.

Bebianno resiste em pedir demissão e aguarda uma conversa com Bolsonaro para decidir os próximos passos. Há uma expectativa dele de que um encontro ocorra nesta quinta-feira (14), embora não haja previsão em agenda. Ele teve frustrados os planos de se reunir na quarta com o presidente. Bolsonaro voltou de São Paulo à tarde.

A aliados Bebianno disse que permaneceria em silêncio sobre o caso, e foi aconselhado a falar pessoalmente com Bolsonaro para medir a temperatura do problema. Ele espera um momento em que o presidente não esteja na presença do filho. 

Ainda em recuperação de uma cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal, o presidente deve seguir despachando do Alvorada até o fim da semana. Nesta quinta-feira (14), ele tem uma agenda com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para discutir a proposta da reforma da Previdência. 

RELEMBRE O CASO

Reportagem da Folha de S.Paulo de domingo (10) revelou que o grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018. O dinheiro foi liberado por Bebianno.

Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.

O dinheiro do fundo partidário do PSL foi enviado pela direção nacional da sigla para a conta da candidata em 3 de outubro, quatro dias antes da eleição. Na época, o hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência era presidente interino da legenda e coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), com foco em discurso de ética e combate à corrupção.

Apesar de ser uma das campeãs de verba pública do PSL, Lourdes teve uma votação que representa um indicativo de candidatura de fachada, em que há simulação de atos de campanha, mas não empenho efetivo na busca de votos. A candidatura laranja virou alvo da Polícia Federal, da Procuradoria e da Polícia Civil do estado.

Na quarta (13), a Folha de S.Paulo revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada -sem maquinário para impressões em massa. O ministro nega irregularidades e diz que cuidou apenas da eleição presidencial.

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Na semana passada, a Folha de S.Paulo havia publicado que o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, patrocinou um esquema de candidaturas de fachada em Minas que também receberam recursos volumosos do fundo eleitoral do PSL nacional e que não tiveram nem 2.000 votos, juntas. Parte do gasto que elas declararam foi para empresas com ligação com o gabinete de Álvaro Antônio na Câmara. A Procuradoria-Regional Eleitoral de Minas Gerais decidiu apurar o caso.

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