> >
Casa Civil nega problemas entre governo e deputados estaduais

Casa Civil nega problemas entre governo e deputados estaduais

De acordo com o secretário Davi Diniz, alguns parlamentares demonstraram insatisfação por não terem sido avisados sobre mudanças em cargos na Secretaria de Educação. No entanto, afirma que a questão é apenas pontual

Publicado em 20 de março de 2019 às 22:38

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Davi Diniz é secretário de Estado da Casa Civil. (Fernando Madeira)

Após o governo do Estado ser alvo de uma chuva de críticas por parte de parlamentares, o secretário da Casa Civil, Davi Diniz, responsável por promover a interlocução entre o Legislativo e o Palácio Anchieta, nega que haja qualquer rebelião por parte dos deputados e afirma que as declarações feitas dizem respeito a um problema pontual e não generalizado.

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (19), deputados subiram à tribuna do Plenário para se queixar do governo. O primeiro deles foi Vandinho Leite (PSDB), que não concordou com a indicação de Rurdiney da Silva para a Superintendência Regional (de Educação) de Carapina – que abrange escolas da Serra, onde Vandinho tem base eleitoral. O novo superintendente é membro do PSB, partido do governador Renato Casagrande. 

“(Houve) Interferência do PSB na nomeação de superintendentes de educação. Sei que isso não passou pelo secretário. Sei como é o modus operandi do PSB”, disse o tucano.

Alexandre Xambinho (Rede), Marcos Mansur (PSDB), Rafael Favatto (Patriota) e Hudson Leal (PRB) também dispararam críticas. "Venho demonstrar minha insatisfação, não apenas com o que foi publicado no Diário Oficial. Manifesto preocupação com a maneira com que governo vem tratando os deputados”, frisou Mansur.

Apesar de tal declaração, Davi Diniz afirma que o descontentamento é pontual e o atribui às mudanças nos cargos da Secretaria de Educação. "Não vejo insatisfação, vejo alguns deputados que questionaram as nomeações. Foram feitas alterações em todas as superintendências e é óbvio que os deputados que têm suas bases próximas a elas ficaram descontentes por não terem sido comunicados antes das exonerações", justificou.

Diniz continua: "Todos os deputados que fizeram contato comigo perceberam que as mudanças foram feitas pelo secretário de Educação (Vitor Amorim de Angeli) com base em critérios técnicos e com prazo, já que vai haver um processo seletivo em seis meses". Apesar disso, ele pondera que está em contato constante com os deputados e que o assunto poderá ser tratado eventualmente.

FALTA ATENDIMENTO

A justificativa de Diniz não é suficiente para Hudson Leal. Segundo o parlamentar, sua queixa na tribuna não se refere às mudanças na Sedu, mas sim à falta de atendimento de suas demandas, o que tem dificultado seu relacionamento com sua base.

"Eu tenho base eleitoral no Estado todo e os prefeitos e vereadores me passam suas demandas. Mas a Casa Civil não está dando retorno no tempo que a gente quer e as nossas bases cobram. Com outros deputados isso tem sido muito mais rápido", reclama.

Favatto faz coro a Hudson. "Estou vendo uma insatisfação muito grande na Assembleia pela falta de informação na área da Saúde, Educação, Segurança. É muita informação que a gente só descobre quando é executada e não há mais retorno".

Nos bastidores da Casa, fontes comentam que há, de fato, uma insatisfação com o atraso de Davi Diniz para atender às demandas.

Apesar de reconhecer que comentários como estes têm chegado até seus ouvidos, o líder do governo na Assembleia, Enivaldo dos Anjos (PSD), garante que não há clima ruim entre os dois Poderes e, assim como Diniz, afirma que existem reclamações pontuais.

"Essas insatisfações existem não só aqui, como também no governo federal e nos outros governos estaduais. O problema é a pressa de alguns deputados. Temos 90 dias de governo. Quem faz o pleito espera uma resposta imediata, mas o Executivo não tem como fazer isso, precisa analisar as questões. Em todo início de governo esse nervosismo é natural, mas a Casa Civil tem tomado todo cuidado, tem conversado, tem ouvido", amenizou.

Enivaldo diz que conversou com todos os deputados e, por isso, descarta que a relação entre governo e Assembleia esteja estremecida. Mas garante que mesmo enquanto líder de Casagrande continuará apoiando os pleitos dos colegas de parlamento.

Este vídeo pode te interessar

"Eu fico do lado dos deputados e transformo as reclamações deles em cobrança para a Casa Civil. Não defendo os secretários (do governo), só pondero que a pressa atrapalha, pois o Estado não pode agir abruptamente", reitera.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais