Em seu primeiro compromisso com os deputados estaduais, na Assembleia Legislativa, neste mandato, para tratar de ações de governo, o único desconforto ao que o governador Renato Casagrande (PSB) foi submetido foi o de permanecer em pé por cerca de quatro horas e meia respondendo a perguntas de deputados nesta segunda-feira (11). Os questionamentos, porém, passaram longe de cobranças duras ou apontamentos de contradições. A maioria dos deputados levantou temas do interesse deles junto às respectivas bases.
A menos de três meses à frente do Executivo estadual, Casagrande não foi à Assembleia prestar contas, mas para falar do plano estratégico do governo para os próximos quatro anos. É uma obrigação constitucional.
Na primeira meia hora da sessão especial, o governador apresentou as linhas gerais da gestão. Reforçou que o momento é de cautela, disse que não pode se comprometer com reajustes salariais e destacou que o Estado precisa de investimentos em infraestrutura. Ele salientou a parceria com o governo federal para investimentos importantes, como em rodovias e ferrovias.
O tema da infraestrutura, aliás, foi usado pelo governador para lançar críticas à gestão passada. No primeiro compromisso com os deputados em plenário, disse que, ao assumir o governo, encontrou o Estado em condições de precariedade.
O socialista citou a situação dos terminais do Transcol, da Segunda Ponte, dos hospitais e da sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Também reclamou das condições dos presídios, do Iases e do Departamento Médico Legal (DML). Assumimos o Estado nessas condições de precariedade, frisou.
As críticas provocaram reação. No início da noite, o secretário de Planejamento do governo de Paulo Hartung (sem partido), Regis Mattos, enviou nota por meio da qual convida o atual governo a parar de olhar pelo retrovisor e citava bons resultados da gestão passada na redução de homicídios, no desempenho do Ensino Médio e, ainda, recursos para conceder reajuste ao funcionalismo. O governo Paulo Hartung não foi um dos melhores do país. Foi o melhor do país em contas organizadas e também ganhou destaque em suas políticas sociais, frisou o ex-secretário.
AMIGOS
Vinte e dois deputados foram aos microfones fazer perguntas. Em suma, deixaram sugestões, elogios ou pediram informações sobre o andamento de projetos.
O único embate foi com o deputado Sergio Majeski (PSB). Embora correligionário de Casagrande, ele criticou a indicação política para cargos de relevo e a escolha de pessoas que respondam a processos.
O governador respondeu que ter vida partidária não pode ser um desqualificador e que criticá-la é reduzir a importância da representação política. Casagrande disse, ainda, que é necessário equilíbrio nas escolhas: Daqui a pouco, vão querer exigir concurso público até para ser deputado, criticou.
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