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Chanceler Ernesto Araújo diz que não houve golpe no Brasil em 1964

Chanceler Ernesto Araújo diz que não houve golpe no Brasil em 1964

"Não considero um golpe. Considero que foi um movimento necessário para que o Brasil não se tornasse uma ditadura. Não tenho a menor dúvida em relação a isso", declarou Araújo

Publicado em 27 de março de 2019 às 18:01

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Chanceler Ernesto Araújo diz que não houve golpe no Brasil em 1964. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira (27) que não considera que houve, no Brasil, um golpe militar em 1964.

"Não considero um golpe. Considero que foi um movimento necessário para que o Brasil não se tornasse uma ditadura. Não tenho a menor dúvida em relação a isso", declarou Araújo, durante seu primeiro comparecimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Araújo respondeu a uma pergunta do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).

Com a sua declaração, Araújo se alinha ao presidente Jair Bolsonaro, que determinou que os quartéis brasileiros festejem o aniversário de 55 anos do golpe militar que inaugurou a ditadura que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985.

A determinação do presidente da República gerou reações de parlamentares e de entidades, como a Defensoria Pública da União, que ajuizará uma ação civil pública para impedir que a data do 31 de Março seja comemorada nas unidades militares.

Durante seu comparecimento na Comissão de Relações Exteriores, Araújo fez uma defesa da sua gestão no Itamaraty. Ele negou que a política de aproximação com os Estados Unidos represente uma ação de subserviência aos interesses norte-americanos, uma das críticas disparadas por congressistas da oposição.

"Eu acho que o que existia antes era um complexo de inferioridade em relação aos Estados Unidos, no qual tinha-se a sensação de que qualquer cooperação com os EUA viria em detrimento do Brasil", declarou o chanceler. "Esse complexo foi um gigantesco tiro no pé do Brasil durante décadas", acrescentou.

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Ele rebateu ainda as queixas de que o Brasil estaria reduzindo a qualidade do seu relacionamento com a China, hoje o principal parceiro comercial do país. Segundo ele, o país não pode atender todos os interesses que os chineses têm no Brasil. "Não teremos entreguismo nem para a China nem para os EUA", declarou o ministro.

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