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Dirigentes alegam que divisão de recursos para candidatas é nacional

Dirigentes alegam que divisão de recursos para candidatas é nacional

Siglas afirmam que verbas foram repartidas de acordo com o que determina a lei

Publicado em 2 de março de 2019 às 23:33

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(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Entre as justificativas usadas pelos partidos políticos para explicar o porquê de as mulheres candidatas no Espírito Santo não terem recebido os 30% do Fundo Eleitoral, está o argumento de que essa divisão por gênero de candidatos foi, sim, realizada, como exige a Justiça Eleitoral, mas pelos diretórios nacionais, antes de os valores serem efetivamente repassados aos dirigentes partidários do Estado.

Em junho do ano passado, o PSDB nacional anunciou, com festa, que acolheria a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de destinar 30% do Fundo Eleitoral para as mulheres.

No Estado, foram 29% para elas. Sobre esse rateio, os tucanos capixabas informaram que “a destinação de recursos para as mulheres foi feita diretamente pela nacional. Os valores já foram repassados para os candidatos com o desconto de 30%. Contudo, além disso, o partido investiu ainda mais nas mulheres com materiais casados”.

O presidente do Pros, Sandro Locutor, também alegou que a distribuição do dinheiro por gênero se deu em âmbito nacional, pela cúpula do partido. Dos R$ 362,2 mil para o diretório estadual, 15% foram para candidatas. O percentual corresponde a R$ 54 mil.

“O partido, através da Executiva nacional, tinha uma cota para homens e para mulheres. Teve o recurso que foi para a minha campanha específica e outros que foram direto para as contas das candidatas. A cota dos 30% foi distribuída nacionalmente, cumprindo a legislação”, afirmou.

Também foi o caso do PP. De acordo com dirigentes, o corte dos 30% também aconteceu antes de o dinheiro ser enviado ao Espírito Santo. Ou seja, os dirigentes nacionais respeitaram a cota, mas não necessariamente em todos os Estados. Fizeram a divisão com base na fatia total a que o partido teve acesso para financiar todas as candidaturas.

O PSOL no Estado também aparece, nos dados do TSE, como um partido que esteve longe de alcançar a cota de 30% do Fundo para mulheres. Dos R$ 108,7 mil, apenas R$ 18,1 mil aparecem especificados, formalmente, para candidatas.

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partido, através da Executiva nacional, tinha uma cota para homens e para mulheres. A cota dos 30% foi distribuída nacionalment

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Candidato ao governo pelo partido e presidente do PSOL, André Moreira afirmou que a sigla não só respeitou a regra como destinou 50% para as candidatas do partido e as tratou como prioridade.

Moreira apresentou à reportagem o acordo expresso dos candidatos do PSOL para o equilíbrio nas receitas partidárias. Também mostrou uma planilha interna da divisão do recurso.

No TSE, porém, é ele quem concentra a maior parte do Fundo Eleitoral. “A gente fez uma série de contas e rateou por todos. Minha campanha pagou, por exemplo, contas de campanha de todos os candidatos proporcionais, inclusive das mulheres. Foi dividido, mas fizemos o pagamento pela campanha majoritária”, frisou.

Presidente do PPS capixaba, o deputado estadual Fabrício Gandini explicou que a sigla concentrou o dinheiro na campanha de Lenise Loureiro porque privilegiar os candidatos à Câmara era exigência da cúpula nacional. Segundo ele, a outra candidata do partido ao mesmo cargo não quis recursos do Fundo.

PSB DIZ QUE COTA DA VICE ESTÁ ATRELADA AO RECURSO DO GOVERNADOR

Presidente do partido do governador Renato Casagrande (PSB), Carlos Roberto Rafael afirma que o diretório capixaba respeitou a regra de repasse dos 30% do Fundo Eleitoral para as mulheres.

Ao ser apresentado aos valores disponíveis na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostram que os socialistas encaminharam apenas 8,3% para candidatas, ele destacou que o volume de recursos destinado à vice-governadora, Jacqueline Moraes, maquia o dado.

Segundo ele, foram destinados a ela, pelo Fundo Eleitoral, cerca de R$ 1 milhão. Entretanto, esse dinheiro aparece relacionado ao candidato que encabeça a chapa, Casagrande. Por essa razão, não aparecem os 30%.

O presidente do PSB – que assumiu o cargo após Luiz Carlos Ciciliotti tornar-se conselheiro do Tribunal de Contas – também frisou que a legenda incentiva a participação feminina, inclusive formando quadros para as eleições.

“É um desafio muito grande para um partido e para a sociedade garantir participação mais justa às mulheres. O PSB incentiva os movimentos sociais, temos organizado o movimento de mulher, de juventude, de negros, LGBT e o movimento popular”, disse.

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