O líder da minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) afirmou que a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) nesta quinta-feira (21) representa um dia histórico no combate à corrupção no Brasil.
"É uma demonstração concreta de que ninguém está acima da lei. Não é o fim da corrupção no Brasil, mas é luz de lamparina na noite da impunidade. É um passo importante que tem que ser celebrado", disse.
"Os elementos para a prisão do senhor Michel Temer e do senhor Moreira Franco estavam colocados há muito tempo. É lamentável que isso não tenha acontecido antes, quando o doutor (Rodrigo) Janot, ex-procurador-geral da República, pediu e, por duas vezes, a Câmara Federal negou", comentou.
Randolfe negou que a prisão seja um abuso de autoridade. "Abuso de autoridade é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) querer processar senador pelas palavras. Prender corrupto não pode ser considerado abuso de autoridade. Há elementos para a prisão preventiva", disse.
Mais cedo, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou a prisão de Temer (MDB) "abuso autoridade" cujo reflexo é uma desmoralização "cada vez maior" da classe política.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que recebeu "sem nenhuma surpresa" a notícia de prisão do ex-presidente. Segundo o senador, "é um fato previsto por todos aqueles que estão na vida pública".
"Claro que não é bom para a imagem do Brasil perante os outros países e perante o mundo. Mas pau que bate em Francisco bate em Chico. Aqueles que provocaram essa situação estão sendo chamados a responder pelos atos. A linha do combate à corrupção tem que ser mantida, doa a quem doer. Mas tem que ser com enorme cuidado para que essas operações não cometam nenhuma injustiça", afirmou.
A prisão de Temer tem como base a delação do doleiro Lúcio Funaro. No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) informações complementares do acordo de colaboração premiada. Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.
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