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'Bolsonaro vai devolver cada centavo que tirou da educação', diz Haddad

"Bolsonaro vai devolver cada centavo que tirou da educação", diz Haddad

"A primeira grande derrota do Bolsonaro vai ser devolver cada centavo que tirou da educação. Cada centavo que tirou dessa federal. E, se demorar, vai ter que pagar com juros"

Publicado em 10 de maio de 2019 às 01:07

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Candidato derrotado do PT à Presidência da República em 2018, Fernando Haddad criticou nesta quinta-feira (09), em Vitória, os cortes na educação anunciados pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). O ex-ministro da Educação discursou para militantes, próximo ao teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“A primeira grande derrota do Bolsonaro vai ser devolver cada centavo que tirou da educação. Cada centavo que tirou dessa federal. E se demorar, vai ter que pagar com juros”, afirmou Haddad. Neste momento, arrancou aplausos e gritos dos militantes.

Em entrevista coletiva, Haddad afirmou que quem conhece a história do Brasil, sabe que a educação é um problema para a direita. “A direita tem alergia à educação, sobretudo a superior, pois é ali que a pessoa desenvolve senso crítico”, afirma.

Lideranças locais do Partido dos Trabalhadores (PT), como o deputado federal Helder Salomão e a deputada estadual Iriny Lopes, estiveram ao lado do ex-ministro da Educação durante o ato e também durante entrevista coletiva realizada horas antes.

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A direita tem alergia à educação, sobretudo superior, pois é ali que a pessoa desenvolve senso crítico

Fernando Haddad, ex-ministro da Educação
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Em conversa com jornalistas, Haddad também criticou a reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional. O ex-ministro diz que, da forma como é a proposta atual, as pessoas de baixa renda são prejudicadas. “O governo tem discurso que está atacando privilégios. Mas, quando abrimos as contas, vemos que 80% da reforma incide sobre o trabalhador que ganha até três salários mínimos.” Haddad comentou, ainda, sobre a condenação do ex-presidente Lula e sobre a perda de bancada do PT nas últimas eleições.

Confira a entrevista:

Em 2016, a presidente Dilma falava que o Brasil precisava enfrentar uma reforma da Previdência. Como está a discussão interna? Não é o caso de ter um novo entendimento de como a bancada do PT deve enfrentar essa reforma?

O presidente Lula fez, em 2003, uma reforma. Não só reconhecida como necessária como fez. Hoje o governo tem discurso de que está atacando privilégios. Somos a favor da previdência por repartição simples. E não por capitalização.

Quando você abre as contas, percebe que 80% da reforma em cima do trabalhador que ganha três salários mínimos. A população não consegue fechar o mês. Como vai criar regime em que é obrigado a poupar o que não tem para título de capitalização? Não vai funcionar.

Quais são os planos do partido em nível nacional e estadual? Como pretende aumentar a bancada no Espírito Santo nas próximas eleições, visto que perdeu bancada nas eleições gerais?

Estamos começando a discutir 2020 agora. O PT tem uma das melhores experiências municipais do país. João Coser ganhou projeção nacional. Todos os partidos diminuíram. O PT tem uma bancada muito qualificada. Não tenho dúvidas de que vamos ter um bom time para 2020. Vamos saber apoiar partidos do campo progressista que estejam bem posicionados. É um dever cívico evitar o que está acontecendo no Brasil.

Há uma defesa do PT sobre não ter provas contra o Lula. Como o senhor avalia o fato de ele ter sido condenado não só por Moro, mas também pela Turma do STJ e pelo TRF-4?

Nada mudou desde que a sentença de Moro foi proferida. Não conheço nenhum presidente que tenha sido condenado por corrupção por um ato indeterminado. Quando é condenado por corrupção, exige-se que diga o que a pessoa fez. Digo que você é corrupto, mas não o que você fez. O STJ se recusou a discutir provas. Lamento contrariar uma decisão judicial, mas a Justiça também erra.

O senhor acha que os cortes na educação são uma retaliação?

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A universidade pública é muito representativa no país. A direita tem alergia à educação, sobretudo a superior, porque é ali que a pessoa desenvolve um senso crítico. A extrema direita tem dificuldade em formar pessoas autônomas, que pensam com a própria cabeça. Filosofia, sociologia... Todas as coisas que podem fazer as pessoas pensarem, para não serem só mão de obra barata no país, é um problema para eles. Tem sido assim ao longo da história do país. 

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