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Vereadores de Itapemirim querem proteção policial

Vereadores de Itapemirim querem proteção policial

Depois de a Justiça suspender o afastamento do prefeito Thiago Peçanha (PSDB), parlamentares se dizem hostilizados. Peçanha diz que é tudo uma trama do deputado Theodorico Ferraço

Publicado em 28 de maio de 2019 às 22:54

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Prefeitura de Itapemirim. (IMAGEM/TVGAZETA)

Seis dos 11 vereadores de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, querem que a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) garanta segurança pessoal a eles.

O grupo, de oposição, está em pé de guerra com o prefeito interino Thiago Peçanha (PSDB). A Câmara chegou a determinar o afastamento dele do cargo, mas a Justiça manteve Peçanha no comando do município, considerando que não há previsão legal para que vereadores decretem afastamento cautelar de prefeito.

Agora, o grupo quer "que seja disponibilizado segurança pessoal diante de possíveis ameaças vindas do prefeito municipal interino Thiago Peçanha Lopes e seus asseclas, ocorridas nos últimos dias, sob pena de graves e irreparáveis prejuízos a nossa integridade física". Esse é o trecho de um ofício, assinado inclusive pelo presidente da Câmara, Mariel Delfino Amaro (PCdoB), que deve ser protocolado nesta quarta-feira (29).     

O vereador Leonardo Fraga Arantes (DEM), autor da questão de ordem que levou à decisão de afastamento de Peçanha, alega que o prefeito interino tem colocado a população contra os vereadores.

"Usa a força de prefeito para jogar a população contra nós", diz. Questionado sobre quais atos representariam ameaças aos parlamentares, respondeu que a Casa tem sofrido pressões: "Pressão em cima dos vereadores, jogando servidores contra nós, dizendo que não queremos aprovar tíquete. Estamos sendo hostilizados".

"Queremos que a Sesp tome as providências que achar cabíveis para termos a condução normal nos trabalhos sem interferência do Executivo", complementa.

Não é a primeira vez que a cidade quase vira caso de polícia. A Câmara chegou a solicitar a presença da Polícia Militar nas imediações da prefeitura na última segunda-feira (27), quando o presidente da Casa pretendia assumir o controle do Executivo, movimento brecado pelo Judiciário.  

Thiago Peçanha é prefeito interino porque assumiu o comando da cidade em abril de 2017, depois que o prefeito eleito em 2016, Luciano Paiva (PSB), foi afastado do cargo. Peçanha foi eleito vice-prefeito.

ISCA PARA DISTRAÇÃO

Procurado pela reportagem do Gazeta Online quanto ao pedido de segurança pessoal e alegação de ameaças feito pelos vereadores da oposição, Peçanha, mais uma vez, creditou a movimentação dos parlamentares ao deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM). 

"É mais um ato criminoso orquestrado pelo deputado estadual Theodorico Ferraço, valendo-se dos vereadores de oposição. Não tem fato concreto, nem lastro, à exemplo da fraude legislativa anulada pela Justiça. Com isso, querem jogar uma isca para tirar o foco e a desmoralização pública que se abateu sobre eles", diz o prefeito, por meio de nota.

"O objetivo dessa isca é só distrair a sociedade civil, a imprensa e as instituições da pauta de abusos de que foram acusados. O documento é manobra desesperada e soa irresponsável à luz do Estado de Direito", diz ainda o texto. 

RESPOSTA

Em discurso na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (28), Theodorico disse ter recebido dos vereadores graves denúncias contra o prefeito. Uma delas é tema da CPI do Consórcio Intermunicipal de Saúde, no âmbito da qual foi definido o natimorto afastamento de Peçanha. A CPI, no entanto, continua. 

Theodorico também pediu ao presidente da Casa, Erick Musso (PRB), que o vereador de Itapemirim Rogério Rocha (PCdoB) possa discursar na Assembleia como "direito de resposta". Outros deputados já haviam discursado em defesa de Thiago Peçanha.

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Sobre a afirmação do prefeito interino de que o deputado estaria por trás do pedido de segurança dos vereadores, ao Gazeta Online Theodorico disse apenas: “É a declaração de um louco em último grau”.

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