O ministro da Justiça, Sergio Moro, irá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta (19) para dar explicações sobre o vazamento de conversas suas com o procurador Deltan Dallagnol, chef da força-tarefa da Lava Jato.
Reportagens do site The Intercept Brasil revelaram mensagens em que os dois trocavam informações sobre ações da Lava Jato e sugerem que Moro pode ter interferido na atuação da Procuradoria. Na época dos diálogos, Moro era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos ligados à operação.
A iniciativa de ir à CCJ veio do próprio ministro, em uma tentativa de acalmar os ânimos e evitar a abertura de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito).
Veja dez perguntas sobre o caso que Moro ainda não respondeu.
1) Inicialmente o senhor não negou a autoria das mensagens divulgadas, mas, em seguida, adotou o discurso de que não poderia dizer que aqueles diálogos de fato aconteceram. Por que mudou de versão?
2) O senhor tem as mensagens arquivadas para que possam ser comparadas às agora divulgadas pelo site The Intercept Brasil?
3) O senhor vai determinar que a Polícia Federal investigue o teor das mensagens para saber se de fato são autênticas? E considerando que a PF é ligada ao Ministério da Justiça, pasta controlada pelo senhor, não há risco de conflito de interesses e questionamentos sobre a parcialidade da investigação?
4) O senhor disse ter sido um descuido não ter formalizado à Procuradoria a sugestão sobre uma testemunha no caso Lula. O senhor também teve esse descuido e encaminhou dicas para a defesa do ex-presidente Lula?
5) O senhor antecipou decisões também para a defesa do ex-presidente ou apenas para o Ministério Público? Pode citar algum caso?
6) As mensagens indicam uma colaboração entre o senhor e o Ministério Público. Durante todo o processo do tríplex de Guarujá, o senhor considera ter mantido uma distância equivalente entre as partes, como determina o Código de Ética da Magistratura?
7) Por que o senhor disse confiar no ministro Luiz Fux?
8) Nas mensagens, o senhor demonstra não confiar em outros ministros do Supremo. Qual era a desconfiança?
9) Ao tratar da divulgação das interceptações entre Lula e Dilma, o senhor afirmou em entrevista que o mais importante era o conteúdo. Por que mudou de ideia, já que agora diz que o mais significativo é a forma com que as conversas foram capturadas?
10) O projeto inicial de dez medidas anticorrupção previa a possibilidade de uso de provas ilegais desde que obtidas de boa-fé. O senhor mantém essa opinião?
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