> >
Lula pede que defesa insista para STF julgar parcialidade de Moro

Lula pede que defesa insista para STF julgar parcialidade de Moro

A defesa do petista vai pedir que a Segunda Turma siga as prioridades previstas no regimento interno e inverta a pauta. Segundo os advogados, o caso do ex-presidente teria preferência por envolver um réu preso, com mais de 70 anos e já ter tido o julgamento iniciado pelo colegiado

Publicado em 24 de junho de 2019 às 18:07

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República. (Reprodução)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos advogados na manhã desta segunda-feira (24) que eles insistam para que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue nesta terça-feira (25) um habeas corpus que alega a suspeição de Sergio Moro na condução do processo do tríplex de Guarujá (SP).

Como a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, noticiou pela manhã, a Segunda Turma do STF adiará o julgamento do habeas corpus. A presidente do colegiado, ministra Cármen Lúcia, o colocou no final da pauta, como 12º processo a ser apreciado, e Gilmar Mendes, que proferirá o voto após ter pedido vista em dezembro, considerou que não haverá tempo hábil para a discussão.

A defesa do petista vai pedir que a Segunda Turma siga as prioridades previstas no regimento interno e inverta a pauta. Pedidos de habeas corpus estão entre os que têm prioridade de análise. Segundo os advogados de Lula, o caso do ex-presidente teria preferência por envolver um réu preso, com mais de 70 anos e já ter tido o julgamento iniciado pelo colegiado.

Além de dizer à defesa que gostaria que o Supremo julgasse nesta terça-feira (25) o habeas corpus, Lula mandou uma carta sobre o caso ao ex-ministro Celso Amorim, que a divulgou no Facebook.

A avaliação de aliados de Lula é que, se o julgamento não for realizado, poderá demorar muito a voltar para a pauta. A apreciação do habeas corpus ficaria para o segundo semestre, mas dependeria da presidente do colegiado, Cármen Lúcia, marcar a data.

Lula, que está preso em Curitiba desde abril de 2018, divulgou nesta segunda-feira (24) uma carta em que afirma que a anulação do processo não implica necessariamente a anulação de toda a Operação Lava Jato.

"Alguns dizem que ao anular meu processo estarão anulando todas as decisões da Lava Jato, o que é uma grande mentira pois na Justiça cada caso é um caso. Também tentam confundir, dizendo que meu caso só poderia ser julgado depois de uma investigação sobre as mensagens entre Moro e os procuradores que estão sendo reveladas nos últimos dias", escreveu o petista ao ex-ministro Celso Amorim, que divulgou o texto.

"Por que tanto medo da verdade? A resposta não interessa apenas a mim, mas a todos que esperam por Justiça", escreveu o ex-presidente.

No texto a Amorim, Lula também afirma que os advogados já apresentaram "provas suficientes de que o juiz é suspeito e não foi imparcial". A defesa do petista pediu o habeas corpus no ano passado, antes de o site The Intercept Brasil divulgar as mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato como Deltan Dallagnol.

Na semana passada, os advogados fizeram um complemento, informando aos ministros da existência do material. A alegação inicial era que o fato de Moro ter aceitado ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL), adversário do petista, evidenciava a parcialidade. O julgamento começou em dezembro, quando o relator, Edson Fachin, e a ministra Cármen Lúcia votaram contra o pedido de Lula.

Gilmar, então, pediu vista (mais tempo para analisar o processo), e devolveu o caso para julgamento na semana passada, depois que as mensagens de Moro vieram a público. Além dos três, integram a Segunda Turma os ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

"É só analisar o processo com imparcialidade para ver que o Moro estava decidido a me condenar antes mesmo de receber a denúncia dos procuradores", disse Lula.

Sem citar a procuradora-geral, Raquel Dodge, Lula questionou o parecer contrário da PGR. Na última sexta-feira (21), em parecer ao Supremo, Dogde contestou o uso das mensagens trocadas entre Moro e Deltan como elemento para anular a condenação de Lula.

Segundo ela, o material publicado pelo site The Intercept Brasil "ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida".

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais