O Ministério Público Estadual (MPES) pediu o afastamento do vereador da Serra Geraldinho Feu Rosa (sem partido), alvo de denúncias de apropriação de parte de salários de funcionários de gabinete. Uma das investidas para arrecadar recursos dos servidores prática conhecida como rachid foi gravada em vídeo, como publicou o Gazeta Online em fevereiro.
O pedido de afastamento consta em ação civil de improbidade administrativa apresentada pelo órgão ministerial à Vara da Fazenda Pública Municipal da cidade. Segundo informações disponíveis no processo, a ação foi apresentada na última quarta-feira (19) e está pronta para decisão da Justiça.
A Câmara da Serra já tem dois vereadores afastados. Neidia Pimentel (SD) também é acusada de rachid e está fora das funções, por ordem judicial, desde março de 2018. Nacib Haddad (PDT) é réu por envolvimento em suposto cartel na área da limpeza pública e foi afastado em abril deste ano.
Suplente de Nacib, Wanildo Sarnaglia (Avante) assumiu o cargo, mas a Justiça reverteu a decisão. Ele saiu não por irregularidade, mas porque o desembargador José Paulo Calmon Nogueira da Gama entendeu que o juízo de primeiro grau aplicou uma interpretação "extensiva" do regimento da Câmara ao determinar que o suplente fosse convocado antes de 120 dias desde o afastamento do vereador.
As denúncias foram levadas ao MPES por dois ex-assessores de Geraldinho Feu Rosa. Eles disseram que eram cobrados pelo vereador, caso não entregassem 10% dos salários, mensalmente. Em uma das gravações, o parlamentar aparece dizendo que parte da arrecadação era "para a campanha".
"Não precisa falar isso com ninguém. Se achar que não está de acordo, chega e fala. Não sai falando para a família, colocar em rede social, porque vai atrapalhar nós mesmos. Aqui não tem ninguém criança", orientou os servidores.
PARA A COMUNIDADE
O vereador não nega que arrecadava dinheiro de funcionários de gabinete. Sustenta, contudo, que pedia doações voluntárias, e que o valor era convertido para ações sociais nas comunidades carentes da Serra. Segundo a defesa de Geraldinho, foram arrecadados R$ 24 mil ao longo de nove meses, em 2017.
Advogado do vereador, Helio Deivid Maldonado disse que os repasses eram voluntários, exclusivos para promoções de ações sociais. Havia até recibo dos pagamentos, que, segundo ele, não eram de valores fixos.
"Não era para colocar no próprio bolso, mas para caixa para promoção de atividades assistenciais como pagamentos de presentes para sessões de homenagens realizadas por ele. Foram ouvidas umas dez pessoas. Todas relataram natureza voluntária. Era pra fazer o bem, com nota de despesa, de compra de materiais. Mesmo assim, o MPES entendeu que haveria ato de improbidade", disse o advogado.
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