> >
Indicação de Eduardo para EUA já acirra racha no PSL paulista

Indicação de Eduardo para EUA já acirra racha no PSL paulista

Com Eduardo eventualmente afastado de São Paulo, ficaria um vácuo no comando do partido

Publicado em 22 de julho de 2019 às 12:42

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Indicação de Eduardo para EUA já acirra racha no PSL paulista. (Michel Jesus/Câmara dos Deputados)

A possibilidade de o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ser indicado para o cargo de embaixador do Brasil nos EUA acirrou uma disputa interna pelo comando do PSL paulista e pela escolha de um nome para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020.

No último dia 10, o filho do presidente Jair Bolsonaro assumiu o comando do diretório de São Paulo - o maior colégio eleitoral do País - em meio a um racha entre os grupos da deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, e do senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado.

Alinhado ao governador João Doria (PSDB), o grupo de Joice (apoiado pelo deputado Alexandre Frota) defende que a líder do governo seja candidata à Prefeitura, enquanto Eduardo e Olímpio rejeitam uma aproximação com os tucanos e trabalham pela candidatura de José Luiz Datena. Em 2018, o apresentador chegou a se lançar ao Senado pelo DEM, mas neste ano negocia a filiação ao PSL.

Com Eduardo eventualmente afastado de São Paulo, ficaria um vácuo no comando do partido. Como o diretório paulista opera em caráter provisório, a escolha do novo presidente não precisaria ser referendada por convenção e dependeria apenas do aval do diretório nacional, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE). Procurado, Bivar disse que não vai interferir no debate em São Paulo.

O nome de Eduardo para a embaixada americana foi lançado pelo próprio pai. Entre os atributos citados que o credenciariam para a vaga, estariam o inglês fluente e canais abertos inclusive na Casa Branca. O próprio Eduardo chegou a destacar outros pontos, como um intercâmbio "no frio do Maine" (estado que faz divisa com o Canadá), onde "já fritei hambúrguer".

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o senador Major Olímpio, que presidiu o PSL-SP antes de Eduardo, disse que o nome "natural" para comandar o partido seria o do deputado estadual Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia Legislativa, que contaria com o aval de Eduardo. Ainda segundo ele, Diniz poderia ser o candidato do PSL em 2020.

"Quem deve ficar na presidência é o Gil, que é o vice-presidente. Eles (Frota e Joice) são filiados e ponto. Não têm nenhuma força de exigência, de voto ou de grupo no partido. O Gil tem uma ligação com os Bolsonaro", disse o senador.

Sobre a eleição de 2020 na capital, Olímpio defendeu o nome de Gil Diniz por ser "o mais genuíno" dos bolsonaristas. Outros setores do PSL paulista defendem que Eduardo escolha o próximo presidente do partido antes de ir para Washington. "Com a saída do Eduardo, é natural que ele indique o sucessor", disse a deputada Carla Zambelli.

'DIREITA RAIZ'

Questionada sobre a escolha do novo presidente do PSL paulista, a deputada Joice Hasselmann afirmou que não apoia ninguém para o cargo, mas criticou Olímpio.

"Acho que o Major atrapalha muito a cidade de São Paulo. Ele é ex-PDT e ex-Solidariedade. Não é direita raiz. Mas ele que fique tranquilo porque, se eu deixar de disputar a capital, porque ele mais uma vez tenta me atrapalhar, eu venho com tudo para o governo de São Paulo e, aí, as chances dele já eram."

Também deputado federal pela legenda, Luiz Philippe de Orléans e Bragança sugere que o novo dirigente do PSL paulista não tenha mandato e que a gestão seja profissionalizada. A ideia, porém, foi rejeitada pelos dois grupos. "Essa coisa de executivo para comandar partido não vi dar certo ainda", disse Olímpio. "Acho que a ideia é boa, mas vai melindrar deputados. Aliás, em todos os partidos os mais votados definem tais questões. Sou pela meritocracia", completou Joice.

O PSL estabeleceu como meta lançar candidatos próprios a prefeito em todas as cidades com mais de 200 mil eleitores.

Este vídeo pode te interessar

Em São Paulo, o partido dos Bolsonaro vai disputar os eleitores de direita com o "novo" PSDB idealizado por Doria, que tem pregado uma guinada liberal na sigla, mas descolada do governo federal.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais