Tráfico de influência, fraude processual, organização criminosa, concussão e corrupção ativa e passiva. É pela suposta prática destes seis crimes que dois vereadores, dois advogados e um ex-parlamentar da Câmara de Nova Venécia estão sendo investigados pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES).
Deflagrada na última sexta-feira (19), a Operação Hígia cumpriu mandados de busca e apreensão dos aparelhos celulares dos envolvidos. São eles: o vice-presidente do Legislativo, Josiel Santana (PV); o ex-vice-presidente Luciano Pereira dos Santos (PV); o procurador-geral José Fernandes Neves; o ex-vereador Ronaldo Mendes Barreiros (SD) e o advogado José de Sá Rodrigues.
De acordo com o MPES, o nome da operação faz referência à deusa grega da saúde e foi escolhido por causa das supostas irregularidades na marcação de consultas médicas. A realização contou com o Grupo de Apoio Policial e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte), com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar e da Polícia Militar.
PROCESSOS INTERNOS DE CASSAÇÃO
Conhecido como "Biel da Farmácia", Josiel Santana passou por procedimento de cassação na Câmara de Nova Venécia por possíveis irregularidades na marcação de consultas na rede municipal de saúde, mas acabou absolvido. O resultado, no entanto, teria sido fraudado por causa de um acordo entre ele e o então vereador Ronaldo Mendes Barreiros.
Segundo alega o MPES, Ronaldo teria pedido ao advogado de Josiel para que elaborasse um parecer que o isentasse. Em contrapartida, ele próprio seria beneficiado na comissão que analisava o processo de cassação dele, da qual o colega fazia parte. Porém, Ronaldo acabou com o mandato cassado em 4 de julho de 2018, por subtrair um notebook da Câmara.
AFASTADO EM 2018
Já o vereador Luciano Pereira dos Santos, o "Cabo Tikeira", ficou afastado entre os dias 31 de julho e 28 de novembro de 2018 por um parecer favorável à Ação de Afastamento Cautelar, proposta pelo MPES. Desde então, ele encontra-se com a situação ativa na Câmara de Nova Venécia, em razão da revogação da decisão de afastamento.
O OUTRO LADO
Por telefone, a Câmara de Nova Venécia alegou que não foi notificada oficialmente sobre a investigação e que, por isso, não poderia se manifestar. A mesma postura foi adotada pelo procurador-geral José Fernandes Neves.
Já o atual vice-presidente Josiel Santana afirmou que não houve nenhuma fraude na sindicância interna à Câmara, que o absolveu, de forma unânime, de qualquer irregularidade. Na Vara Civil de Nova Venécia, ele passou por audiência no último dia 3 e espera ser inocentado no processo. Por fim, ele reafirmou que não cometeu qualquer ato ilícito.
O Gazeta Online não conseguiu contato com os demais envolvidos.
ERRAMOS
Na primeira versão desta reportagem, o cargo do vereador Josiel Santana na Mesa Diretora da Câmara de Nova Venécia estava incorreto. O correto é que ele ocupa a vice-presidência no Legislativo. Erro similar aconteceu em relação a Luciano Pereira dos Santos, que foi o vice-presidente anterior, e não o presidente anterior da Casa.
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