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Presidente do PDT diz que Tabata defende 'democracia da conveniência'

Presidente do PDT diz que Tabata defende 'democracia da conveniência'

Tabata diz que partidos tentam se modernizar, mas "ainda ostentam estruturas antigas de comando, e na maioria faz falta mais democracia interna"

Publicado em 14 de julho de 2019 às 22:52

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A deputada federal Tabata Amaral (PDT). (Lucas Lacaz Ruiz/Agência Estado)

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou neste domingo (14) que a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) defende uma "democracia da conveniência" e "acha bom quando o partido decide como ela quer e ruim quando decide como ela não quer".

A fala de Lupi rebateu ao artigo de Tabata publicado na Folha de S.Paulo, em que ela criticava a falta de "mais democracia interna" nas estruturas partidárias. A deputada tem sido alvo de crítica dos correligionários por ter votado a favor da reforma da Previdência na Câmara, descumprindo ordem interna da sigla.

"Se ela acha que a esmagadora decisão de uma convenção nacional de mais de 500 membros, em que ela estava presente, não é democrática, quero saber o que ela acha que é [democrático]. É ouvir o Jorge Paulo Lemann?", questionou Lupi, se referindo ao bilionário cuja fundação apoiou a trajetória da deputada.

No artigo, Tabata diz que partidos tentam se modernizar, mas "ainda ostentam estruturas antigas de comando, e na maioria faz falta mais democracia interna".  

"Muitas vezes, consensos sobre pautas complexas não são construídos de baixo para cima, e cartilhas antigas se sobrepõem aos estudos e evidências", escreveu ela. "Quando algum membro decide tomar uma decisão que considere responsável e fiel ao que acredita ser importante para o país, há perseguição política. Ofensas, ataques à honra e outras tentativas de ferir a imagem tomam lugar do diálogo. Exatamente o que vivo agora", emendou.

Lupi nega que a deputada tenha sofrido esse tipo de ataque. "Eu quero te perguntar onde tem alguma palavra da direção do PDT ofendendo a honra dela. Você pode procurar e não vai achar. Nós restringimos e criticamos o comportamento dela, não a honra", disse o dirigente.

Para ele, o artigo de Tabata "é natural em alguém que queira justificar os seus erros". "Foi um partido que a recebeu de portas abertas. Incentivamos, apoiamos, era um nome que a gente cogitava para ser prefeita de São Paulo", afirmou.

Além dela, outros sete dos 28 deputados do PDT votaram a favor da reforma. Eles serão alvo de um processo disciplinar da sigla, que será aberto pela comissão de ética e, depois, irá para análise da direção nacional.

Durante a semana, o principal líder da legenda, o ex-ministro Ciro Gomes, chegou a defender que a deputada deixe o PDT. 

"Não acho, francamente, que ela tenha mais lugar para ficar no PDT", afirmou na quinta-feira (11). "Não está no partido correto. Ela, pessoalmente, deveria ter a dignidade de sair", reforçou, na sexta (12).

Após a publicação do artigo de Tabata, o PDT nacional publicou nas redes sociais: "Somos contra esta reforma da Previdência e não nos rendemos."

Pela lei, o mandato do deputado expulso pertence a ele. Se for defenestrado em um dia, no outro já pode se filiar a outra agremiação.

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Outra opção sobre a mesa é aplicar punições mais brandas, como reprimenda pública aos insurgentes ou remoção de postos.

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