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Após ameaça de Bolsonaro, Moro diz que chefe da PF permanece no cargo

Após ameaça de Bolsonaro, Moro diz que chefe da PF permanece no cargo

Ministro da Justiça disse que diretor-geral tem sua confiança, mas que as "coisas eventualmente podem mudar"

Publicado em 28 de agosto de 2019 às 21:29

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Ministro da Justiça Sergio Moro. (Divulgação| Arquivo)

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, permanece no cargo e tem a sua confiança. As declarações foram dadas em entrevista à GloboNews. Moro permanecia calado desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou seu discurso e retirou a carta branca prometida a ele como ministro da Justiça. 

Em declaração sobre o assunto na semana passada, o presidente ameaçou até trocar o comando do órgão, hoje a cargo de Valeixo.

Questionado em seguida se há chance de Valeixo deixar o cargo, o ministro respondeu: "Veja, como eu tenho as várias funções aqui do Ministério da Justiça, as coisas eventualmente podem mudar, mas ele está no cargo, permanece no cargo, tem a minha confiança".

A recente interferência na Polícia Federal é apontada internamente como a mais emblemática da falta de poder do ex-juiz no cargo atual, mas episódios com teor semelhante se acumularam ao longo de mais de oito meses do governo Bolsonaro.

ENFRAQUECIDO

A PF é subordinada a Moro, também enfraquecido em meio à divulgação de mensagens que mostram sua atuação em parceria com os procuradores em diferentes processos da

e que colocaram em xeque sua atuação como juiz federal.

Moro ainda tem sofrido seguidas derrotas no Congresso, onde tramita o pacote de medidas  anticrime  encaminhado por ele no início do governo.

Na entrevista, o ministro ainda foi questionado pela GloboNews se permaneceria no cargo em caso da saída de Valeixo. "Não tenho essa questão." E disse ainda: "Não, não sou o chefe da Polícia Federal de forma nenhuma. A única pessoa que eu indiquei foi o diretor da Polícia Federal."

CONVITE

Quando confirmou o convite a Moro para o ministério, em novembro de 2018, Bolsonaro disse em entrevistas que tinha combinado com então juiz que ele teria "liberdade total" para o combate à corrupção e ao crime organizado.

Em uma das manifestações, o então presidente eleito citou a escolha do chefe da Polícia Federal como uma das atribuições do ministro da Justiça.

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Os últimos dias foram de crise entre Bolsonaro, Moro e a PF, após o presidente atropelar a instituição e anunciar a troca do superintendente no Rio de Janeiro. 

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