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Bolsonaro: Se excesso jornalístico desse cadeia, vocês estariam presos

Bolsonaro: Se excesso jornalístico desse cadeia, vocês estariam presos

O presidente não detalhou a que se referia ao falar em "excesso jornalístico", mas são constantes nas falas afirmações em tom crítico ao trabalho da imprensa

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 04:01

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Jair Bolsonaro, presidente da República. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (09) que todos os jornalistas estariam presos se "excesso jornalístico desse cadeia".

"Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada ao lado do ministro Sergio Moro, da Justiça.

A fala do presidente foi acompanhada de aplausos de apoiadores, que o aguardavam na porta da residência oficial da Presidência.

Ele não detalhou a que se referia ao falar em "excesso jornalístico", mas são constantes nas falas afirmações em tom crítico ao trabalho da imprensa.

A declaração foi feita pelo presidente depois de Moro explicar em que consistia o projeto de excludente de ilicitude apresentado por ele ao Congresso.

A proposta faz parte do pacote anticrime, considerado prioridade do Ministério da Justiça, mas que enfrenta resistência dos parlamentares. Moro estava explicando aos repórteres que o texto tem como objetivo retirar "excessos" de punições em alguns crimes.

Ele citou como exemplo o caso da modelo Ana Hickmann, apresentadora da TV Record que foi atacada por um homem que se dizia fã em um hotel em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 2016.

O responsável pelos ataques acabou morto -depois de efetuar disparos- por reação do cunhado da apresentadora. Ele se referia ao fato de o cunhado ter de responder a um processo por ter matado o responsável pelo ataque.

"A proposta [de excludente de ilicitude] que existe no projeto é bastante específica. Esse caso que foi mencionado pelo presidente envolvendo aquela famosa atriz, modelo, é um caso característico. Aquela pessoa não pode ser tratada como assassina, defendeu a família. As pessoas não são máquinas, eventualmente podem ali cometer algum excesso. Não tem nenhuma extravagância nisso", disse Moro.

À tarde, Bolsonaro postou mensagem de rede social voltando ao tema.

"Queremos tirar o 'excesso' do Código Penal, afinal atirar num bandido duas ou mais vezes deve ser motivo de comemoração (sinal que o policial está vivo), e não de condenação. Já os excessos dos jornalistas...", escreveu.

Moro se reuniu com Bolsonaro no Alvorada em meio a um processo de desgaste, com ofensiva por parte dos Poderes.

O pacote anticrime sofreu novo revés na Câmara na terça-feira (06) e deve ter novas alterações na próxima semana.

O encontro entre ele e o presidente ocorre um dia depois de Bolsonaro ter pedido ao ministro que ele "tenha paciência" com a aprovação da proposta.

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