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Conselho que decidirá futuro de Deltan é composto por 14 membros

Conselho que decidirá futuro de Deltan é composto por 14 membros

As mensagens trocadas pelo Telegram indicam que o procurador trocou colaborações com o então juiz do caso, Sergio Moro

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 01:18

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Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. (Agência Brasil)

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão responsável pela fiscalização disciplinar de promotores e procuradores de todo o país, tem na pauta desta terça-feira (13) um processo contra Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O CNMP, que irá avaliar o pedido de afastamento do chefe da força-tarefa da Lava Jato, é composto por 14 conselheiros, que são indicados pelas instituições de origem e entidades da sociedade civil.

Os integrantes precisam também da aprovação do Senado Federal e da Presidência da República para assumir o cargo. A composição do CNMP é formada para uma gestão de dois anos, sendo que os conselheiros podem ser reconduzidos aos cargos por mais um mandato.

O presidente do CNMP é o procurador-geral da República, hoje

. Também compõe o colegiado integrantes indicados por

,

,

e dos estados, Ministério Público Militar, Ministério Público do Trabalho, Câmara e Senado, além da

.

Os conselheiros têm como obrigação participar das reuniões do plenário e/ou das comissões, quando convocados, com direito à palavra e voto. Cabe a eles também elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de competência do CNMP.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, teve sua conduta colocada em xeque depois do vazamento de mensagens trocadas no aplicativo Telegram e obtidas pelo site The Intercept Brasil.

As mensagens trocadas pelo Telegram indicam que o procurador trocou colaborações com o então juiz do caso, Sergio Moro. Críticos dizem que o relacionamento foi indevido e comprometeu a imparcialidade dos processos, ferindo o direito de defesa de acusados na Lava Jato.

Diálogos apontam que Deltan incentivou colegas em Brasília e Curitiba a investigar os ministros do STF Dias Toffoli e Gilmar Mendes sigilosamente. A legislação brasileira não permite que procuradores de primeira instância, como é o caso dos integrantes da força-tarefa, façam apurações sobre ministros de tribunais superiores.

Conforme revelou a Folha de S.Paulo em parceria com o Intercept, Deltan também montou um plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a fama e contatos obtidos durante a Lava Jato. Ele e o colega Roberson Pozzobon cogitaram abrir uma empresa em nome de suas mulheres para evitar questionamentos legais. Deltan também fez uma palestra remunerada para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação.

No âmbito do Ministério Público Federal, o afastamento de Deltan só pode ocorrer por decisões de dois colegiados, por maioria de votos. Um deles é o Conselho Superior do Ministério Público, em caso de membros indiciados ou acusados em processo disciplinar. O outro é o pleno do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), também em processo com direito ao contraditório.

Nas manifestações, a força-tarefa comandada por Deltan afirma que "não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes" e que "o material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado, editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade".

Quanto à colaboração com o então juiz Sergio Moro, diz que os contatos mantidos foram normais do dia a dia da prática jurídica.

Em relação às apurações sobre os ministros do STF, os procuradores afirmam que é dever deles encaminhar à Procuradoria-Geral da República informações sobre autoridades com direito a foro especial e que isso tem sido feito de forma legal.

VEJA QUEM É QUEM NO CNMP

- Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público

Nome: Raquel Dodge

Vaga: Procuradora-Geral da República

Mandato: Biênio 2017-2019

- Corregedor Nacional do Ministério Público

Nome: Orlando Rochadel Moreira

Vaga: MP Estadual (Sergipe)

Mandato: Biênio 2015-2017 e Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Fábio Bastos Stica

Vaga: Ministério Público stadual (Roraima)

Mandato: Biênio 2015-2017 e Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Valter Shuenquener de Araújo

Vaga: Supremo Tribunal Federal (STF)

Mandato: Biênios 2015-2017 e 2018-2020

- Conselheiro

Nome: Luciano Nunes Maia Freire

Vaga: Superior Tribunal de Justiça

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Marcelo Weitzel Rabello de Souza

Vaga: Ministério Público Militar (MPM)

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Sebastião Vieira Caixeta

Vaga: Ministério Público do Trabalho (MPT)

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Silvio Roberto Oliveira de Amorim Junior

Vaga: Ministério Público Federal

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Dermeval Farias Gomes Filho

Vaga: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Lauro Machado Nogueira

Vaga: Ministério Público Estadual

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Leonardo Accioly da Silva

Vaga: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Erick Venâncio Lima do Nascimento

Vaga: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho

Vaga: Senado Federal

Mandato: Biênio 2017-2019

- Conselheiro

Nome: Otavio Luiz Rodrigues Jr.

Vaga: Câmara dos Deputados

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Mandato: Biênio 2019-2021

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