O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a chamar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de herói nacional e disse que o ex-juiz federal merece ser respeitado no cargo que ocupa. A declaração foi feita em Vitória, durante o 4ª Consórcio de Integração Sul e Sudeste, que reúne governadores dos sete Estados das duas regiões.
"Quero reafirmar meu profundo respeito ao ministro Sergio Moro, pelo cidadão e pelo brasileiro que é. E por aquilo que como juiz ele fez pelo povo brasileiro. No meu entender, ele é um herói brasileiro, um herói nacional. Merece ser tratado com respeito, nas suas posições e também no cargo que ele ocupa", disse.
Doria fez a afirmação após ser questionado se defendia o desligamento de Moro da gestão Bolsonaro. Auxiliares do ministro já o aconselharam a deixar o governo. Especula-se uma aproximação política do juiz da Lava Jato com Doria, com vistas à eleição presidencial de 2022.
Moro vive um processo de fritura no governo federal. O presidente da República o desautorizou em público, na semana passada. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que ele, e não o ministro, é quem manda na Polícia Federal.
O comentário contradiz um compromisso anterior de Bolsonaro e Sergio Moro. Quando o ex-magistrado foi convidado para o primeiro escalão, a promessa era a de que ele teria carta branca, "total liberdade" para combater a corrupção e o crime organizado.
O jornal "O Globo" perguntou ao presidente se o ministro tem a carta branca. A resposta de Bolsonaro, publicada neste sábado (24) pelo jornal, foi a seguinte: "Olha, carta branca... Eu tenho poder de veto. Se não, não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar, ponto final".
Em entrevista ao "Estado de São Paulo", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu que Doria, caso realmente queira concorrer ao Palácio do Planalto em 2022, deve se afastar e manter postura crítica com relação a Bolsonaro. Em Vitória, o governador de São Paulo desconversou sobre as declarações do presidente de honra dos tucanos.
"Respeito muito o FHC. É uma referência de gestão, de eficiência, de transformação. Vi os elogios que ele me fez. Aproveito para fazer o agradecimento. (...) Quero apenas esclarecer que não é hora de tratar de candidatura, nem de eleição. É hora de fazer gestão. Temos que estar todos unidos para fazer uma boa gestão. Os governadores nos seus Estados e o presidente da República no âmbito da presidência", disse.
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