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PF entrega ao Supremo cópia de inquérito que apura ataque hacker

PF entrega ao Supremo cópia de inquérito que apura ataque hacker

O inquérito foi aberto no início de junho, após o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar que havia sido vítima de uma invasão

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 23:23

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Hackers. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Polícia Federal entregou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a cópia da investigação sobre o ataque a contas de Telegram de autoridades.

O material foi enviado nesta segunda-feira (5).

A entrega foi determinada por Moraes na última quinta (1º).

O inquérito foi aberto no início de junho, após o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciar que havia sido vítima de uma invasão.

Menos de dois meses depois, a PF deflagrou a Operação Spoofing, que prendeu quatro pessoas suspeitas de terem participado do ataque.

Um dos presos, Walter Delgatti confirmou em depoimento ter sido o autor do hackeamento e também ter sido o responsável por repassar o conteúdo capturado para o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil.

Desde 9 de junho, o site vem divulgando reportagens com bastidores de conversas entre procuradores da Operação Lava Jato e também diálogos com Moro, que na época era juiz federal.

As mensagens mostram, por exemplo, colaboração entre o então magistrado e o Ministério Público Federal.

Os quatro suspeitos estão presos preventivamente para não atrapalhar as investigações, segundo decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do DF.

O Intercept publicou as primeiras conversas no dia 9 de junho. O site informou, na época, que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de 2015.

Outros veículos têm publicado reportagens baseadas nos diálogos, dentre eles a Folha de S.Paulo.

As conversas revelam que Moro chegou a sugerir ao MPF (Ministério Público Federal) trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial.

Segundo o Código de Processo Penal, "o juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes" se "tiver aconselhado qualquer das partes". Afirma ainda que sentenças proferidas por juízes suspeitos podem ser anuladas.

Já o Código de Ética da Magistratura diz que "o magistrado imparcial" é aquele que mantém "ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito". 

Moro tem repetido que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contém ilegalidades.

No dia 23 de julho, quatro pessoas foram presas sob suspeita de hackear as contas do Telegram de autoridades.

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Walter Delgatti Neto, um dos suspeitos, disse em depoimento à Polícia Federal que as mensagens que obteve foram encaminhadas de forma anônima, voluntária e sem cobrança ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

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