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A guerra política nos palanques do 7 de Setembro em Vitória e Brasília

A guerra política nos palanques do 7 de Setembro em Vitória e Brasília

Jair Bolsonaro, Renato Casagrande e Luciano Rezende aproveitaram a celebração da Independência para passar seus recados

Publicado em 7 de setembro de 2019 às 21:47

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Desfile de 7 de setembro em Vitória: prefeito Luciano Rezende e o governador Renato Casagrande. (Fernando Madeira)

O "Independência ou Morte" de Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822, marcou a separação política entre Brasil e Portugal. Quase 200 anos depois, a celebração da data perdeu a influência de guerras de cortes imperiais, mas virou momento propício para autoridades contemporâneas proclamarem suas "independências" em recados políticos a partir dos palanques oficiais.

Ainda que indiretas, foram várias as manifestações nesse sentido nas comemorações realizadas nas ruas de Vitória e de Brasília. No Espírito Santo, um desses recados foi o simples fato de o evento ter sido realizado nas ruas da Capital capixaba, após quatro anos de itinerância por cidades do interior.

A peregrinação do desfile começou em 2015, por decisão do então governador Paulo Hartung (sem partido). A justificativa oficial era a de levar o desfile para perto de outros capixabas. Mas, como Luciano Rezende (PPS) já era o prefeito da Capital e ambos são desafetos, a mudança foi interpretada como disputa política. 

Poucos dias após tomar posse, Renato Casagrande (PSB) tratou de anunciar, ao lado de Luciano Rezende, um de seus principais aliados, a volta do 7 de Setembro para as ruas da Capital.

Ambos estavam juntos, neste sábado (07), saudando as cerca de 5 mil pessoas presentes à celebração. Nas entrevistas que concederam, lá estavam os ingredientes políticos. "A retomada do desfile oficial em Vitória é a retomada do respeito pela nossa Capital", disse o governador. "Casagrande tirou Vitória do castigo cívico que foi imposto a ela nos últimos quatro anos", destacou o prefeito.

BONECO DO LULA

Temas da política nacional também ganharam contorno em Vitória. Um grupo de apoiadores do ex-presidente Lula foi ao Centro da cidade com a mensagem "Lula Livre" escrita em uma placa e um boneco do ex-presidente, preso desde o dia 7 de abril de 2018 após ser condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O grupo recebeu uma sonora vaia da multidão que aplaudiu a passagem de cerca de 1000 homens e mulheres de Exército, Marinha, polícias e outras forças de segurança.

NA CAPITAL FEDERAL

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mandou seus recados políticos por meio do 7 de Setembro ainda antes da data. Ele pediu para que a população fosse às ruas prestigiar as celebrações vestindo verde e amarelo. São as cores da bandeira nacional, mas também as eleitoralmente ostentadas pelos apoiadores dele. Opositores foram às ruas de preto.

Na manhã deste sábado, a simples presença de duas proeminentes figuras de dois empresários também teve significado político. Em determinado momento do evento na Capital federal, Silvio Santos, do SBT, e Edir Macedo, da Record, posaram ao lado de Bolsonaro no palanque.

O presidente e auxiliares dele fazem críticas públicas à Rede Globo e a veículos de imprensa profissional. Durante algumas crises do governo e da família, SBT e Record já funcionaram para que Bolsonaro e os filhos pudessem dar vazão aos próprios argumentos.

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(Com colaboração de José Carlos Schaeffer)

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