> >
Após cirurgia, Bolsonaro se alimenta de chá e gelatina

Após cirurgia, Bolsonaro se alimenta de chá e gelatina

A cirurgia foi realizada para corrigir uma hérnia que surgiu na região onde foram feitas três operações depois do ataque a faca durante a campanha eleitoral de 2018 na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 19:09

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Bolsonaro opera pela quarta vez após levar facada durante ato de campanha em Minas Gerais. (Reprodução | Twitter)

Na manhã seguinte à quarta cirurgia após a facada que sofreu no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) apresenta boa recuperação e começa a ingerir líquidos, como chá, gelatina e caldo ralo. Ele inclusive gravou um vídeo e postou nas redes sociais, afirmando que voltará a trabalhar na próxima terça-feira (10).

"Pessoal, só segunda-feira que eu estou de folga, hein. Amanhã eu volto no batente. Por enquanto, meu programa favorito aqui, o Chaves", diz Bolsonaro na cama do hospital, enquanto toma café da manhã e assiste TV.

Apesar disso, a equipe médica do Hospital Vila Nova Star, na região sul de São Paulo, afirmou que estão mantidos os prazos de recuperação do presidente. A alta clínica é esperada para ocorrer dentro de cinco ou seis dias. No entanto, ele só poderá voltar a Brasília, se não houver complicações, de 7 a 10 dias após a cirurgia - na semana que vem.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o vice-presidente Hamilton Mourão segue no exercício do cargo até quinta-feira (12).

"É da natureza dele estar ativo o mais rápido possível. A evolução clínica tem sido muito positiva, e em razão dessa evolução, o presidente se mostra já disposto a iniciar os trabalhos de condução do Poder Executivo, ainda que, neste momento, nós tenhamos o vice-presidente da República chefiando o nosso governo", disse Barros.

O porta-voz não detalhou que tipo de atividades de trabalho que Bolsonaro poderia assumir a partir de terça, disse apenas que as ações de governo ficam a cargo de Mourão e que é da personalidade de Bolsonaro querer continuar na ativa.

"É claro que o presidente participa das decisões por meio das suas interlocuções com seus vários ministros e inclusive com o próprio general Mourão", afirmou o porta-voz.

Há uma ala do hospital destinada à equipe do presidente e a família, onde ele pode trabalhar.

Nesta segunda-feira (09), às 13h25, Mourão chegou ao hospital para visitar Bolsonaro. Foi um encontro rápido. O vice, que exerce a Presidência interinamente, deixou o local por volta das 13h40 sem falar com a imprensa.

Mais cedo, às 11h, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro, postou uma foto com ele no hospital. O presidente está sentado na cama, e Eduardo está ao lado, com uma arma na cintura. Antes de ser deputado, Escrivão da Polícia Federal, Eduardo já apareceu exibindo arma em outros episódios, como em manifestações.

A cirurgia foi realizada no domingo (08) para corrigir uma hérnia que surgiu na região onde foram feitas três operações depois do ataque a faca durante a campanha eleitoral de 2018 na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Ainda no domingo, o presidente recebeu a visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Também assistiu ao jogo do Botafogo, segundo o porta-voz. No momento, o acompanham no hospital a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o filho Carlos. Segundo o boletim médico desta manhã, as visitas estão restritas por orientação médica.

"O paciente encontra-se estável, sem dor, afebril e com boa evolução clínico-cirúrgica. Hoje já iniciará fisioterapia motora, podendo sentar na poltrona e realizar caminhada no corredor", diz o boletim.

Segundo o diretor-médico do Hospital Vila Nova Star, Antônio Antonietto, a orientação médica é de que o presidente fale pouco e caminhe, para que os movimentos do intestino voltem naturalmente. Segundo a Presidência, Bolsonaro estará restabelecido a tempo de discursar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York.

A cirurgia, considerada de média complexidade, tinha previsão de duração de duas horas, mas acabou levando cinco -sendo concluída às 12h40. O médico Antônio Luiz Macedo, responsável pelo procedimento, disse que foram encontradas aderências no intestino que demandaram mais tempo da equipe.

Logo após a cirurgia, Bolsonaro vestiu uma cinta elástica para pressionar o abdome operado e ajudar no processo de recuperação. Macedo não descarta a possibilidade de que surjam novas hérnias no futuro, mas as chances são pequenas, em torno de 6%, segundo ele.

O surgimento da chamada hérnia incisional já era esperado pelos médicos que atendem o presidente, em razão da série de intervenções feitas na região da barriga do paciente para tratar os danos provocados pelo ataque.

O então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em 6 de setembro de 2018. O autor do crime está preso desde então.

Este vídeo pode te interessar

A hérnia ocorreu porque, em virtude do enfraquecimento da parede muscular do abdômen, uma parte do intestino passou por uma cavidade desse tecido. As múltiplas incisões (cortes) na barriga fragilizaram o músculo, o que fez com que a porção do órgão e uma camada de gordura rompessem a membrana.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais