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Eleição do PT tem mais voto do que eleitor. Ex-deputado fala em fraude

Eleição do PT tem mais voto do que eleitor. Ex-deputado fala em fraude

Petistas foram às urnas em todo o Estado. Em Cariacica, houve discrepância entre total de presenças e de votos. Comissão eleitoral segura resultado oficial para esta terça

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 12:57

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O deputado federal Helder Salomão e a microempresária Jackeline Rocha vão disputar o comando do PT estadual, em outubro. (Câmara dos Deputados e Carlos Alberto Silva)

Uma divergência entre o número de eleitores e o total de votos apurados na eleição do PT em Cariacica, realizada neste domingo (8), adiou por mais um dia o fechamento dos resultados gerais e definitivos da disputa interna do partido. Em uma das três urnas do município foram contabilizados 29 votos a mais que o total de presentes, informaram petistas.

Presidente da comissão organizadora do processo eleitoral da agremiação, Ronaldo Simonetti informou que o grupo se reunirá nesta terça-feira (10) para analisar recursos apresentados por chapas que participaram da disputa municipal. Só a partir da definição é que serão consolidados os votos das chapas estaduais.

No domingo, petistas escolheram presidentes dos diretórios de 52 cidades e também votaram para as chapas estaduais. No PT, as respectivas votações dessas chapas define a proporção de delegados partidários que cada uma terá. Esses delegados - são 250, ao todo - elegem o presidente do partido no Estado, função hoje ocupada pelo ex-prefeito de Vitória João Coser.

Simonetti não quis detalhar o motivo da polêmica. Contudo, a reportagem confirmou a divergência no número de votos com quatro petistas inseridos no processo eleitoral. Um deles, o ex-deputado estadual José Carlos Nunes, da corrente interna Construindo um Novo Brasil (CNB). O candidato do grupo à presidência do PT de Cariacica apresentou recurso.

"Foi detectada uma quantidade de votos a mais do que constava na lista de presença. Tinha mais voto do que assinatura. Foram 29 a mais, quase 10% dos 320 votos da urna. A urna tem que ser impugnada. Tem indício de fraude nessa urna. Se fossem um, dois ou três, talvez a pessoa que votou esqueceu de assinar. Mas 10% é no mínimo suspeito", disse Nunes.

Cariacica é reduto eleitoral do deputado federal Helder Salomão, que tenta assumir o controle do partido no Espírito Santo. Ele disputa com a microempresária Jackeline Rocha. Candidata do PT ao governo do Estado em 2018, ela é apoiada por Nunes e por Coser.

Caso os votos questionados sejam desconsiderados, não deve haver nenhuma mudança no resultado da disputa pelo PT de Cariacica. O candidato apoiado por Helder é um de seus ex-secretários municipais, Jorge Davel. Ele foi o mais votado, seguido pelo vereador André Lopes. Os dois vão voltar a concorrer, mas agora em segundo turno. A nova rodada será em 22 de setembro.

Se no comando do PT na cidade o desfecho dos votos excedentes não altera o cenário, a exclusão ou não dos cerca de 300 votos da urna questionada pode ter algum reflexo na divisão proporcional dos delegados partidários. Isso porque, por ter base em Cariacica, Helder naturalmente teria votação melhor do que Jackeline na cidade.

Com votos parcialmente apurados, as chapas que caminham com Helder, de onde sairão os delegados, reuniram cerca de 49% dos votos. As demais, 51%. O deputado federal evitou a polêmica sobre a possível anulação da urna.

"Eu não posso dizer que foi estratégia. Posso dizer que, como era esperado, ganhamos a eleição nas três urnas de Cariacica, o que mostra a força do nosso grupo na cidade. Não posso dizer o que levou a pessoa a fazer isso. Mas, se for identificada, tem que ser punida. Defendo a expulsão. Se tem alguém que não tinha interesse nisso, somos nós", frisou.

O parlamentar também acrescentou que a participação no processo eleitoral do partido foi acima da média e que a festa não poderia ser manchada pelas fraudes. "Conseguimos ter quase 50% de filiados e foram mais de 5 mil votantes. Isso mostra o vigor do partido. É o maior processo eleitoral que já realizamos no Estado. E mostra a força do nosso grupo político internamente, que tem como grande objetivo unificar o partido", disse.

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Também na disputa pelo PT estadual, Jackeline Rocha diz que não tem acompanhado de perto as tratativas em Cariacica, cidade onde é representada por Nunes. "O Nunes é meu representante da chapa. Ele está um pouco mais à frente disso. Eu estava em Colatina e passei o dia me reunindo com as pessoas e agradecendo à votação. Não me inteirei muito sobre lá", comentou. A petista destacou o trabalho da CNB em todo o Estado e pontuou que o resultado da escolha estadual é imprevisível.

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