Cruzar a linha de chegada é um momento especial para muitos corredores, mas para Daniel Pinto Pereira, de 46 anos, é ainda mais emocionante. Por conta de problemas de saúde na coluna, o mineiro apaixonado pelas pistas teve que ficar fora das ruas. Após tratamento, ele superou as dores para correr com o filho adotivo, em uma cadeira de rodas. O esporte foi o responsável por afastar o baixo astral e dar razão à vida dessa dupla.
Há cerca de seis anos, o servidor público Daniel Gracie, como é conhecido, teve de abandonar as provas por conta de uma hérnia de disco. O problema o fez passar por nove cirurgias e a colocação de três peças de platina. O médico me proibiu de correr. Neste período, comecei a trabalhar em Santa Margarida. Cidade pequena e sem nada para fazer, acabei conhecendo Isaac.
O menino Isacc Rocha, de 10 anos, que nasceu com paralisia cerebral, começou a ter grande apego pelo ex-corredor. A babá dele me dizia que quando ele me via, até levantava a cabeça. Comecei a caminhar com ele e via o quanto ele gostava. Um amigo me convidou para uma corrida com ele e assim tudo começou, conta.
Daniel revela que após o divórcio, acabou conhecendo melhor e se apaixonou pela mãe de Isaac. Logo, veio o casamento e a mudança na melhoria da qualidade de vida do garoto. Isaac começou a se interessar pela vida, comer melhor. Um dos médicos dele perguntou o que eu estava fazendo por ele, que não parasse, pois ele estava evoluindo.
O pai e o filho de coração hoje são especialistas nas corridas de rua e viajam pelo país e pelo Estado do Espírito Santo atrás de provas. Segundo Daniel, 90% de suas participações são em solo capixaba.
Prova disso, é a próxima corrida, no próximo dia 27 de janeiro. Eles participam da 4ª Corrida TV Gazeta Sul, em Marataízes. O evento que este ano terá oito quilômetros, será disputada pela segunda vez. Cada passo para a dupla representa uma vitória e impulso a mais para continuar superando os desafios.
Nas corridas, canta durante o percurso e não gosta de ser o último. Diz: Vamos papito, vamos passar as pessoas. Na linha de chegada é onde agradeço. Ele é tudo de melhor na minha vida. Ele é quem me motiva,finaliza o corredor.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta