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Apaixonados por Fusca se reúnem neste final de semana em Guaçuí

Apaixonados por Fusca se reúnem neste final de semana em Guaçuí

Para os proprietários, seus carros contam histórias e atravessam gerações

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 19:10

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Mesmo após 22 anos do fim da produção no país, o carro mais popular ainda é cultuado. Estamos falando do Fusca, modelo que para alguns é um meio de transporte, mas para outros é um elemento que faz parte de sua própria história. Tanto que, no Sul do Estado, em Guaçuí, adoradores do ícone do universo quatro rodas se unem em um clube para compartilhar experiências, planos e sonhos.

Para os amantes, o Fusca é um caso de amor antigo. Atire a primeira pedra quem nunca andou em um. Em 1950, algumas dezenas desembarcaram no Brasil, importadas da Alemanha. Porém, anos depois, o modelo começou a ser produzido nacionalmente e se tornou um dos carros mais populares e queridos do país.

No Espírito Santo, são 53.220 "besouros" registrados, segundo o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran). Destes, 48 tem placa diferenciada - indicando que o carro é item de coleção.

Morador de Guaçuí, no Caparaó, Fabrício Gonçalvez é um destes apaixonados. O primeiro carro dele foi o  mesmo do pai. A versão de 1974, motor 1500, foi adquirida já com 10 anos de uso. Mas, em 96, acabou sendo vendido para uma tia. Fabrício, ainda um garoto, fez a tia prometer que, se o carro fosse vendido, seria dele.

“Em 2009, minha tia queria um carro mais novo e ela me disse que ia vender o Fusca para inteirar o dinheiro. Me disse que tinha achado um bom dinheiro nele, mas que primeiro ela ia me oferecer. Naquela época, eu não tinha condições. Como ela sabia que eu queria muito o carro, ela me vendeu ele mais barato, dividiu pra mim na promissória”, conta Fabrício.

Cássio Ataíde Barbosa . (Arquivo pessoal)

Assim como ele, outra dezena de amantes do modelo alemão atravessam gerações com o mesmo sentimento pelo veículo. Cássio Ataíde Barbosa, 31 anos, herdou o carro do pai, que faleceu há 10 anos. O Fusca, ano 71, não é o único carro de sua garagem, mas é o xodó da família. Para homenagear e deixar o carro com a cara do velho pai, que era mecânico de automóveis, foram gastos mais de R$ 8 mil.

“Ele é o xodó por ser também uma recordação do meu pai, que sempre foi apaixonado por Fusca. Ele era mecânico e sua especialidade era nesses tipos de veículos mais antigos. Então, resolvemos restaurar o carro e deixar do jeito e estilo que ele gosta, com rodas de Brasília e deixar essa lembrança dele”, conta Cássio.

E há quem já perdeu várias oportunidades de trocar o antigo, por um popular. Depois de uma grande reforma, o Fusca do Maicon Filetti chamou a atenção, mas nem sempre foi assim. “Meu pai comprou o carro em 1979. Era para passeio e trabalho. Depois, tentou vender três vezes, mas acabou sendo devolvido. Estava acabado”, conta.

O Fusca ano 70 foi reformado. Ganhou nova caixa de marchas, suspensão e injeção eletrônica moderna. Tudo feito pela fábrica para manter a originalidade do carro. “É apaixonante. A gente diz que é "fuscoterapia", faz bem para gente. A vontade é ter uma coleção”, diz o proprietário.

Maicon Filetti . (Arquivo pessoal)

ENCONTRO

 

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Neste sábado(18) e domingo (19), os amantes dos carros antigos se encontram pela quarta vez em Guaçuí, na Praça João Acacinho. O evento, promovido pelo Fusca Clube do município, é aberto ao público e a programação conta com shows e carreatas pela cidade. Esse ano, a entidade recolhe fraldas descartáveis para o Lar dos Idosos.

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