O suor no rosto não é sinal só de calor, mas também de superação e coragem. E isso, um grupo de sete mulheres de Itapemirim, no Litoral Sul, tem de sobra. Elas são responsáveis pela pavimentação das ruas da cidade, mas nunca pensaram em trabalhar nesta área.
É um desafio muito bom. Porque a gente tem que fazer de tudo aos poucos. Já trabalhei em tudo quanto é lugar: casa de família, varrendo rua, capinando, agora no último trabalhei no posto de saúde - no ar condicionado - e agora estou aqui. Não tem tempo ruim para nós , disse a operária Veronilda Pereira.
E elas fazem tudo: separam os blocos, jogam no carrinho, preparam o terreno, e assim a rua vai recebendo o calçamento. E mesmo com um serviço pesado, elas sabem dar leveza ao trabalho.
Teve gente que falou comigo que isso não é coisa de mulher. Mas é sim, tudo que um homem faz uma mulher pode fazer. Muito melhor do que o homem até. Tem que ter muita brincadeira pra descontrair. Aqui é o dia inteiro sorrindo, contou.
A primeira mulher a integrar o grupo foi a chefe de obra Boticelly Pereira, há aproximadamente um ano. Hoje ela ensina todo o serviço para as colegas de trabalho e não vê diferença entre homens e mulheres. No começo eu tomei um susto. Mas pensei: se eu aguentei, elas aguentam também. Se não aguentar a gente troca com outra secretaria e vê quem quer vir. Mas rendeu. Elas são esforçadas e não querem sair para ir pra limpeza, que é mais leve. Gostaram daqui, revelou.
Além do toque feminino na obra, elas deram um toque também no material de trabalho. O carrinho de mão é rosa, as ferramentas e nem mesmo a caixa de ferramentas escapou do toque especial. De acordo com o encarregado de obras, Wallasson Gonçalves, a ideia de montar um grupo só com mulheres veio para fazer a diferença.
Elas são sensíveis, mas também para um serviço que diz ser bruto. Elas têm dado conta, atendendo a nossa administração. Não perde para nenhum outro grupo, graças a Deus . As mulheres fazem a diferença na nossa vida. Não só em casa, mas em todos os setores, contou.
Mas o grupo não é composto só de mulheres. O operário Matheus Estevão é o 'bendito fruto entre as mulheres', considerado o mascote e garante que não vê diferença em trabalhar com as meninas.
A primeira vez que comecei a trabalhar com elas gostei. Estava trabalhando até com um colega meu. Mas mandaram eu vir com as meninas, acostumei e fiquei direto e eu vou levar até o dia que Deus quiser, finalizou.
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