> >
Família capixaba narra desespero durante acidente no litoral do RJ

Família capixaba narra desespero durante acidente no litoral do RJ

Três adultos e uma criança de quatro anos esperaram na areia por quatro horas até a chegada do resgate

Publicado em 1 de abril de 2019 às 20:49

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Família de Marataízes é resgatada após naufragar no RJ. (Reprodução)

Dois homens, uma mulher e uma criança de apenas quatro anos de idade viveram momentos de terror na madrugada deste domingo (31). Em uma embarcação, os tripulantes de Marataízes saíram de Macaé, Norte do Rio de Janeiro, com destino ao Litoral Sul do Espírito Santo. Porém, com o mar agitado, o barco virou. A força das ondas levaram as vítimas e a embarcação até a praia. Os sobreviventes aguardaram até o amanhecer, quando finalmente foram resgatados.

O pescador Elieser Paixão, sua esposa Camile Azevedo Paixão e o filho do casal Cauã Jairo Paixão saíram de Macaé, acompanhado de outro pescador, Fernando Fernandes, por volta das 23h30 de sábado (30). A família, que havia se mudado há quatro meses por conta da profissão, voltava com a mudança para o Pontal de Marataízes a 98 milhas do norte-fluminense.

Camile, que gravou um vídeo na manhã desta segunda-feira (01), conta como todo o acidente aconteceu. “Foram momentos difíceis, porque logo com 15 minutos que saímos de Macaé, o mar estava bravo. Na primeira vaga de mar, começou a molhar o barco bastante. Na segunda, o espinhel do barco caiu e embolou na hélice e motor parou. O barco virou de cabeça para baixo. Fiquei presa no barco, meu braço ficou todo roxo”, conta.

A embarcação foi desvirada, mas a casaria havia se quebrado. Muito escuro, a correnteza jogou aos poucos os tripulantes e o barco para perto da areia, onde encalhou. Eles pararam em uma área de restinga no Parque Nacional de Jurubatiba, ainda no norte do Rio de Janeiro.

Os pais viveram momentos de terror ao perderem de vista o menino. “Encontrei meu marido e começamos a gritar desesperado pelo Cauã, eles entraram na água, procuravam e voltavam. Foram 30 minutos de luta, de tortura pela perda de um filho. É uma dor inexplicável  por que a gente não achava. O desespero foi grande, já estávamos cansados. Depois de andar muito, escutei ele chamando mamãe”, revelou a mãe.

Com vômito e já com sintomas de hipotermia, o pai cavou um buraco na areia e mesmo com as cobertas molhadas, deitou sobre o corpo de Cauã para o manter aquecido. O pescador Fernando, que conseguiu manter o celular a salvo, fez os primeiros contatos com amigos do cais de Macaé. Logo, a Polícia Militar Ambiental de Macaé foi acionada, além da Marinha do Brasil.

A família levava no barco eletrodomésticos — como geladeira e fogão, roupas pessoais, além de diversos materiais de seu trabalho de cabeleireira e manicure. Quase tudo foi perdido. A intenção era chegar ao destino na tarde de domingo.

RESGATE

Após quatro horas de espera na areia, o resgate chegou. A Sala de Operações do 32° Batalhão da Polícia Militar, em Macaé, foram um dos primeiros a receber o pedido de socorro. “De imediato foi acionado o Grupamento de Ações Táticas que em contato com a Guarda Ambiental Municipal procederam ao resgate. Corajosamente as equipes adentraram ao mar e com auxílio das coordenadas do GPS foi possível localizar a embarcação que quando foi localizada já estava afundando”, informou em nota o tenente coronel André Henrique de Oliveira Silva.

VEJA VÍDEO

Durante o trajeto para a localização da família, a equipe se deparou com mais duas pessoas que com intuito de ajudar a família que estava a deriva, também se perderam. O resgate contou com a participação de sete policiais militares que após o resgate levaram as vítimas para o Hospital de Carapebus.

Este vídeo pode te interessar

Após exames, o grupo foi liberado da unidade nesta segunda-feira e retornou para o Pontal de Marataízes, onde residem. “Graças a Deus estamos todos bem. Deus colocou pessoas maravilhosas em nossas vidas. A melhor parte é saber que temos para onde voltar. Tudo que perdemos, se recupera por que estamos todos com vida”, afirma Camila.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais