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Expedição vai estudar Rio Itapemirim 15 anos depois

Expedição vai estudar Rio Itapemirim 15 anos depois

Grupo formado por profissionais da área ambiental vai percorrer rio em 6 dias

Publicado em 2 de junho de 2019 às 10:57

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Rio Itapemirim. (Arquivo/Foto leitor)

A cobertura florestal, a qualidade, o volume da água e a preservação das matas ciliares do Rio Itapemirim serão o ponto de partida de uma missão que começa amanhã. Um grupo de 20 pessoas percorrerá mais de 400 quilômetros para registrar e avaliar as mudanças ao longo do principal recurso hídrico do Sul do Estado. A ação, promovida pela TV Gazeta Sul, retoma os caminhos da primeira expedição, realizada há 15 anos.

A equipe, formada por profissionais da área ambiental e jornalistas, percorrerá a bacia hidrográfica do Rio Itapemirim, que compreende 17 municípios. A ideia é, em seis dias, avaliar os impactos sofridos na bacia ao longo desse período, a ação do homem e descobrir as ações que estão fazendo a diferença para a preservação do meio ambiente na região.

Diferente de quando esteve na primeira incursão, em 2004, a nova experiência será de avaliação e reflexão para a ambientalista e socióloga especialista em educação ambiental, Dalva Ringuier. "Nós temos um diagnóstico da bacia e através dele sabemos como estava há 15 anos e com esses dados de pesquisa, que antes não existia, vamos ver quais áreas avançaram e quais regrediram", explica Ringuier.

Além de novas espécies de plantas e animais, a expedição também evidenciou a degradação do meio ambiente nos municípios. Para a ambientalista, o novo panorama deve ascender um alerta para o futuro.

Data: 28/03/2005 - Técnica mede a temperatura da água do Rio Itapemirim. (Basílio Machado - GZ)

"Quando fizemos a expedição de 2004, saímos de Cachoeiro e fomos até a foz de barco. Na época, contamos 58 ilhas (entulho, terra, lixo acumulados). Foi um período seco. Tivemos que tirar muitas vezes o barco da água e levantar, pois andávamos em várias partes com água na canela. Vamos encontrar este quadro novamente? Certamente, mas será pior ou estabilizou?", questiona Dalva Ringuier.

Mas, não são apenas os efeitos negativos da ação do homem que irão ser observados na expedição. As boas práticas e um olhar mais sensível a realidade dos produtores rurais merecem reconhecimento, na visão da professora do Instituto Federal do Espirito Santo (Ifes) de Alegre, Karla Maria Pedra de Abreu.

Avanços

A pesquisadora fará um levantamento da flora e dos impactos relacionados a biodiversidade vegetal. "Veremos o real impacto das atividades humanas e ver o que está sendo feito, às vezes um trabalho de formiguinha, pequeno, que é de extrema relevância. Costumamos dizer que o homem do campo está impactando, mas não vemos nossas responsabilidades: produzimos lixo em excesso, jogamos nosso esgoto direto no rio, não pensamos em construções que geram o mínimo de impacto", comentou.

Karla Maria Pedra coordena o laboratório de botânica da instituição, que conta com um pequeno acervo. Na expedição, espécies de plantas, água e solo serão coletadas para análise. "A ideia é tombar essa plantas no herbário capixaba, no Centro de Ciências Agrárias em Jerônimo Monteiro, trabalhamos em conjunto e esse material ficará tanto no Ifes quanto na Ufes", adianta a pesquisadora.

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Vamos ver quais áreas avançaram e quais regrediram. Na expedição de 2004, saímos de Cachoeiro e fomos até a foz de barco

Dalva Ringuier Ambientalista
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Cronograma

Permeando o traçado principal do Rio Itapemirim, a equipe científica de expedicionários percorrerá 360 quilômetros por terra e outros 50 quilômetros na água, saindo de Cachoeiro de Itapemirim em embarcações com destino à Barra de Marataízes. Este último trajeto, acontecerá no último dia da ação.

A aventura começa às 6h de amanhã, com saída da Sucursal Sul da Rede Gazeta, no bairro Gilberto Machado, em Cachoeiro. O primeiro destino é Castelo, acompanhando um dos afluentes do Itapemirim, o Rio Castelo. De lá, o trabalho segue para Muniz Freire.

Data: 28/03/2004 - Especialistas pesquisando a flora durante a expedição no manancial. (Basílo Machado)

A saga dos pesquisadores continua com a subida das serras em direção ao Caparaó. Acompanhando os afluentes, os destinos são Iúna, Irupi e Parque Nacional do Caparaó. Após Ibitirama, eles vão passar por Alegre, Jerônimo Monteiro, o interior de Cachoeiro (distritos de Pacotuba e Burarama) e Atílio Vivácqua.

Uma equipe da TV Gazeta Sul acompanhará partes da expedição e ainda registrará outros afluentes do Rio Itapemirim como, por exemplo, Rio Fruteiras, em Vargem Alta.

ENTENDA

Nova expedição: 15 anos depois

Nesta segunda-feira, dia 3, uma equipe de 20 profissionais da área ambiental e jornalistas vai começar a percorrer a bacia do Rio Itapemirim, que compreende 17 municípios. O mesmo trajeto foi feito há 15 anos. A bacia possui área de drenagem de aproximadamente 5.952 km

Vários órgãos

Ambientalistas, pesquisadores do Ifes, Ufes, além de funcionários do Idaf, Incaper, da Polícia Ambiental, do Corpo de Bombeiros e do Centro Universitário São Camilo farão parte da equipe da expedição científica

Resultado

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A análise será divulgada em julho, em um seminário em Cachoeiro de Itapemirim para gestores dos municípios e autoridades políticas

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