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Indústria do Espírito Santo é a que mais lança produtos no país

Em junho de 2019, comparado ao mês anterior, a quantidade de requerimentos de registros de bens de consumo cresceu 75% no Estado

Publicado em 14/07/2019 às 20h42
Novos produtos nos últimos 12 meses. Crédito: Marcelo Franco
Novos produtos nos últimos 12 meses. Crédito: Marcelo Franco

Desenvolver produtos e levar novidades aos consumidores tornou-se crucial para garantir posições no mercado. Questão de vida ou morte para muitas empresas. Essa visão move as indústrias do Espírito Santo. Elas são campeãs no Brasil em quantidade de pedidos de registro de código de barras para novos bens de consumo.

Os números da liderança são disparados. No acumulado dos últimos 12 meses terminados em junho de 2019, os pedidos de registros feitos pelas fábricas no Espírito Santo cresceram 30,9%. Esse percentual é o dobro da média no país, 15,5%, de acordo com o Índice GS1 de Atividade Industrial, calculado pela Associação Brasileira de Automação.

Em junho de 2019, comparado ao mês anterior, a quantidade de requerimentos de registros de bens de consumo cresceu 75% no Estado. Trata-se do maior pique em 12 meses. Quase seis vezes maior do que o percentual no país, 13,3%. Esse quadro mostra corrida acirrada de inovação em busca de clientes. Mercados são inquietos, mudam de gostos, o que desafia e também abre oportunidades de negócios.

A liderança do Espírito Santo na preparação de novos produtos também soa como reação a quedas bruscas na produção industrial: -11,8% no acumulado deste ano e -4,1% em 12 meses, segundo pesquisa do IBGE, divulgada na última sexta-feira.

Os mais inovadores

O Índice GS1 de Atividade Industrial mostra que os setores de maior destaque na intenção de lançar produtos são os que atendem o consumo do dia a dia das pessoas, em todas as camadas de renda. Os líderes nos últimos 12 meses são vestuário e acessórios, com aumento de 35% nos pedidos de registro de novos bens; bebidas, alta de 28,6%; e alimentos, 9%.

Situação no Estado

Esses três ramos industriais têm participação modesta no PIB industrial do Espírito Santo, mas a inovação – tanto em processos como em produtos – é condição indispensável para garantir a vida de muitas empresas e grande quantidade de empregos.

Naufrágio

Das três atividades que mais renovam linhas de produtos, a que está em pior situação no Estado é o setor de alimentos: o faturamento real despencou (-60,7%) nos últimos 12 meses, e o quadro de empregados foi reduzido em 8,8%, conforme dados do Ideies. É o revés mais amargo entre todos os segmentos industriais capixabas.

Quase frenético

O segundo maior tombo de faturamento no parque industrial do Espírito Santo é o do setor de roupas: -23,1% em 12 meses. Isso está induzindo rapidez nos lançamentos de produtos, visando a atrair vendas. A confecção vive essencialmente de produzir novidades. Faz parte do DNA das empresas do ramo. “Mas apesar da economia com pouco vigor, o ritmo vai ficando cada vez mais forte, quase frenético”, diz o presidente da Câmara da Indústria do Vestuário da Findes, Paulo Vieira.

Saindo na frente

Ele revela estratégia de competição: “Aqui, as indústrias de vestuário estão sempre atentas, e antecipam lançamentos. Os nossos produtos chegam na praça antes dos concorrentes (fabricados em outros Estados)”, diz Vieira.

Vamos brindar

Já no setor de bebidas, o lançamento de produtos ganhou impulso nacional com a expansão das cervejas caseiras. O Espírito Santo está entre os dez Estados com maior número de produtores registrados no Ministério da Agricultura. “Em cinco anos, passamos de cinco para 25 unidades de fabricação. Há fábricas em todas as regiões capixabas. Isso ajuda muito a movimentar a economia”, acentua Sandro Rizzato, presidente da Associação de Cervejeiros Artesanais no Estado (Acerva-ES).

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