E jornalista

Ano de 2020 pode ser melhor graças a acertos da política monetária

O Brasil tem hoje mais condições de crescer do que no ano passado, apesar de desaceleração do PIB global

Publicado em 19/09/2019 às 13h48
Atualizado em 20/09/2019 às 06h19
Dragão da inflação e dos juros: política monetária tem ajudado o país. Crédito: Amarildo
Dragão da inflação e dos juros: política monetária tem ajudado o país. Crédito: Amarildo

A Selic, que recuou de 6% para 5,5%, desde ontem, descerá ao patamar de 5% no fim do ano, conforme prevê o Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). É gente que entende.

Esse quadro significa que nunca na história uma recuperação econômica foi tão ajudada, como agora, pela política monetária. Palmas para o Banco Central. Isso ocorre em função da inflação civilizada. Palmas, de novo. A expectativa é de que no encerramento de 2019 o IPCA fique em 3,5%, bem abaixo da meta que é de 4,25%. Nem a volatilidade do dólar tem engordado a inflação.

O Brasil hoje tem mais facilidade para crescer do que no mesmo período do ano passado. Vai começar 2020 com melhores perspectivas de que iniciou 2019 – embora na época estivesse sonhando com expansão de até 3% do PIB. Só sonho. E não imaginava que o capitão presidente é uma fábrica de encrencas - o que atrapalha a economia, inibindo investimentos.

A realidade está posta: não dá mais para o Brasil salvar o resultado de 2019. A mediana das previsões aponta um pibinho em torno de 0,8%, o mais baixo em três anos. Bons fatos estão chegando na contagem regressiva do ano, para gerar benefícios no próximo. É o caso da reforma da Previdência e da queda do juro básico, cujo efeito não é de imediato. Nunca foi, porque os bancos, com operações concentradas em alguns gigantes, seguram.

Também a reforma tributária prometida para este ano, e ainda em fase preliminar de discussão, está fazendo muita falta para melhorar a produtividade das empresas e impulsionar o ambiente econômico. Se for deixada para o próximo ano, corre o risco de ser contaminada pelo embate eleitoral.

O Espírito Santo retoma a tradição de crescer mais do que a média nacional. Tem cacife. O avanço de 2,5% do PIB estadual, no segundo trimestre comparado ao primeiro, mostra uma dinâmica importante em andamento.

O sinal de atenção diz respeito ao comércio internacional, em processo de desaceleração desde 2018, e agora intensificado por tensões geopolíticas.

Atividades exportadoras são as maiores responsáveis pela queda 12,2% acumulada neste ano na produção da indústria capixaba. Na celulose, -31,1%; mineração e petróleo, -18,2%. E não são tão claras as condições futuras do mercado mundial para essas commodities.

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