Fernando Manhães

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O desafio da criatividade apoiada em dados

Novas formas ganham relevância e novos formatos começam a fazer a diferença na publicidade


*Fernando Manhães

Em minha última coluna abordei a necessidade de se colocar limites e maior transparência na relação do Google com seus clientes. Em nenhum momento fui contra o surgimento de novas tecnologias que favoreçam a relação entre empresas e consumidores. Até porque o futuro passa pela inteligência artificial e pelo aprendizado com as máquinas.

Recentemente o presidente do Google, o capixaba Fábio Coelho, abordou o tema “Comprometa-se com o Futuro”. Disse que a inteligência artificial vai ajudar a resolver grandes problemas com as tarefas rotineiras das nossas vidas. E foi mais longe: “A inteligência artificial vai fazer com que o conceito da publicidade seja revisitado, ressignificado e aprofundado”.

Tenho repetido aqui, a publicidade tem sido a ferramenta mais utilizada ao longo dos anos nessa aproximação com as pessoas. Pensando bem, o que muda aqui é que novas formas ganham relevância e novos formatos começam a fazer a diferença.

Nessa discussão incluiria o Facebook, pois ambos concentram uma grande fatia do mercado publicitário atual, por conseguirem a maior parte da audiência da internet e por consequência o maior faturamento. É bom lembrar que quando falamos do Facebook, estamos incluindo o Instagram, a rede que mais cresce, comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão, em 2012.

A questão é: as empresas e as marcas podem desenvolver uma relação direta com os consumidores, sem depender dessas empresas? Segundo o publicitário Mark Read, presidente da área digital do grupo internacional de comunicação a WPP, sim, é possível. A partir de aplicativos e canais de comunicação próprios, com estratégias digitais específicas e conhecimento profundo dos seus clientes, talvez no futuro próximo não seja tão grande a dependência do Google e do Facebook.

As consultorias de tecnologia da informação, de branding e marketing, estão se unindo ou mesmo trabalhando de forma independente para buscar soluções nesse sentido. Um bom exemplo disso é a empresa de consultoria Accenture. Sistematizar as informações do Big Data e as transformar em dados para inputs criativos, talvez seja o grande desafio.

*É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da Ufes

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