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Quiosques em Vitória devem ser administrados por uma empresa?

Quiosques em Vitória devem ser administrados por uma empresa?

Prefeitura espera aprovação da Câmara Municipal para que estabelecimentos da Curva da Jurema sejam geridos por empresa privada

Publicado em 30 de dezembro de 2018 às 01:14

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Um tema, duas visões - 30/12/2018. (Amarildo)

"UNIÃO ENTRE COMERCIANTES E PREFEITURA É ESSENCIAL"

Renée Lauret Cosme é proprietário de quiosque na Curva da Jurema

Tem sido assíduo o debate entre a Prefeitura de Vitória e a Câmara de Vereadores sobre a definição da melhor forma de gestão dos quiosques da Curva da Jurema, mas um fator muito importante que não deve ser esquecido é a posição dos comerciantes. Somos empreendedores, batalhadores e famílias que estão há anos no local – no caso do Kiosque do Alemão e do Recanto JB são mais de três décadas. São pessoas que adquiriram uma grande expertise e que, independentemente da forma de gestão adotada pela prefeitura, atravessaram diversas crises e conseguiram se estabelecer como locais tradicionais de Vitória.

Primeiramente, deve-se avaliar qual é o objetivo de passar a gestão dos quiosques para uma empresa. Qual será o papel desta junto à prefeitura e aos comerciantes? Pois ela não pode ser mais um agente burocrático. É notório que ter quiosques desocupados é prejudicial tanto para a prefeitura, quanto para nós, comerciantes, porque acabamos sobrecarregados, principalmente agora, na alta temporada. Porém, é preciso entender que a situação da Curva é diferente da de Camburi.

Enquanto Camburi busca um recomeço e uma nova identidade, a Curva da Jurema conta há anos com a dedicação de diversas famílias. A adoção dessa modalidade pode impossibilitar a participação desses ferrenhos empreendedores no processo licitatório por, provavelmente, não possuírem aporte financeiro para tal. Podem, também, não se encaixarem no plano de negócio ou nas condições impostas por esse novo gestor.

Uma coisa é certa: o aluguel vai ficar mais caro. Poderemos ter todo o conhecimento do comércio local indo por água abaixo com a saída desses comerciantes. Sabemos que o sistema de contratação por licitação é burocrático e que demanda tempo.

Mas por que agora devemos crer que o modelo proposto será a solução para a ocupação de quiosques que há tempo estão vazios? Na verdade, é preciso tornar a Curva atrativa para novos empreendedores. Há anos, temos enfrentados problemas como: carreamento da faixa de área, ambulantes, insegurança, falta de acessibilidade, problemas na rede de esgoto, forte circulação de moradores em situação de rua e usuários de drogas, burocracia para realização de intervenções, além da estrutura dos quiosques ser praticamente a mesma desde a sua construção, em 1996.

A discussão sobre o modelo de gestão não vai solucionar grande parte dessas dificuldades que enfrentamos há tantos anos; pode até dificultar a situação, pois perderemos o acesso direto à prefeitura. É preciso excelência na prestação dos serviços, mas infelizmente, hoje, apesar de toda tradição, só podemos oferecer um serviço nota 6 ou 7, mas queremos oferecer um serviço nota 10.

A Curva da Jurema necessita de uma restruturação e é imprescindível a união entre prefeitura, vereadores e comerciantes para que possamos trazê-la para o século 21.

"MELHOR PARA A CIDADE E PARA OS EMPREENDEDORES"

Leonardo Krohling é presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória (CDV)

Novos produtos, serviços e uma gastronomia de qualidade e envolvente. Assim está a nova orla da Praia de Camburi, que contará em toda a sua extensão com quiosques que valorizam e complementam o espaço urbano da Capital, pensados para moradores e turistas se divertirem e interagirem cada vez mais com os estabelecimentos, com a praia e com a cidade.

Essa mudança, que altera a forma tradicional de se pensar o comércio à beira-mar como aquele local simples, de venda de bebidas, salgados e água de coco, foi possível a partir de um estudo que elencou alternativas viáveis para solucionar os problemas existentes e conduziu para a integração dos serviços e produtos dos diversos estabelecimentos, criando parcerias entre empreendedores e ações sazonais, garantindo a qualidade dos estabelecimentos durante todas as estações do ano.

Para isso, era preciso desburocratizar, dar agilidade ao processo, permitindo uma gestão moderna das unidades. O modelo adotado, de um gestor para todos os quiosques da mesma praia, é fruto da análise de modelos empregados em vários balneários e também em outras capitais. A administração por uma única empresa permite maiores investimentos, pois o empreendedor tem uma visão ampla do projeto conseguindo alocar mais recursos em cada unidade.

O modelo em bloco proporciona ainda agilidade ao poder público para fiscalizar a concessão, fazer notificações e ajustes necessários à condução do contrato, passando a ser tratado de forma centralizada, permitindo maior controle e entendimento entre as partes, reduzindo a inadimplência e diminuindo o tempo para um novo empreendedor assumir uma unidade, garantindo, assim, quiosques sempre abertos, gerando muitos empregos e disponíveis à população.

Os quiosques da Praia de Camburi têm a função de prestar um serviço de excelência aos moradores e aos turistas, o que exige agilidade e modernidade das instalações, dos produtos e serviços ofertados. E isso se dá com boa gestão, um acompanhamento constante do que está acontecendo na cidade e no mundo. Um plano de ocupação bem elaborado tem essa função, define as diretrizes gerais do uso dos imóveis e permite ao poder público fiscalizar ao mesmo tempo que garante a flexibilidade necessária para o empreendedor acompanhar as tendências de mercado.

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A gestão unificada foi testada no verão 2017/2018 com sucesso absoluto. Durante o Festival Gastronômico de Verão, sete estabelecimentos premiados ocuparam os quiosques da orla de Camburi, geraram 350 empregos diretos, atenderam a 80 mil clientes por mês e movimentaram R$ 3,7 milhões na temporada, com excelência no atendimento e muita comida saborosa. Boa gestão para que moradores e turistas possam vislumbrar novas formas de se apropriar das praias. Por isso, sim, os quiosques devem ser administrados de forma a oferecer o melhor para a cidade, o melhor para as famílias, o melhor para os turistas e o melhor para os que querem empreender na nossa linda capital, Vitória.

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